Por Eduardo Alves


Os novos meios de comunicação e as suas potencialidades foram analisados, este fim-de-semana, na UBI

Um dos mais recentes campos de investigação dos media está ligada com a Comunicação Mediada por Computador (CMC). As ligações entre os homens passam agora a ser feitas por meio de uma máquina. Desafios que comportam a análise de novas potencialidades, novas fronteiras, mas também entraves e desconexões que não existiam antes do aparecimento destas tecnologias.
Foi a pensar nas diversas tipologias de meios utilizados, hoje em dia pelo homem na sua comunicação, que Adriana Braga, doutoranda brasileira, actualmente a desenvolver pesquisa no Laboratório de Comunicação On-Line da UBI (LABCOM), organizou umas jornadas em Ciências da Comunicação centradas na temática “CMC, Identidades e Género”. Um dos intuitos deste evento prende-se com a “definição de identidades, assim como, a compreensão de algumas situações que advêm da explosão da Internet”, referiu logo na nota de abertura, a organizadora. Durante dois dias, a Sala dos Conselhos foi o palco de discussão entre investigadores vindos de vários pontos do globo. E foi exactamente com a contribuição dos mass media na união dos mundos que se abriram os trabalhos.
Numas jornadas divididas em quatro pontos fundamentais, abordou-se “A Internet e o Género”, as “Interacções digitais: teoria e método”, as “Identidades na Comunicação Mediada por Computador” e também as “Configurações Técnicas do Espaço Público”. A apresentação de vários estudos e pesquisa nestas áreas foi seguida por grupos de comentadores, também eles constituídos por estudiosos da área.




Múltiplas utilizações

As mais recentes descobertas e evoluções que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea apresentam “novos desafios para a comunicação”. Segundo Adriana Braga, “o avanço acelerado das tecnologias computacionais no período recente apresentou-nos termos próprios e topografia desconhecida”. Foi no sentido de descortinar essas mesmas inovações que o LABCOM e o Departamento de Comunicação e Artes promoveram esta acção.
Com intervenientes vindos de Portugal, Brasil, Estados Unidos da América e Inglaterra falou-se sobre “o tempo para além do deslumbramento com a Internet”. Os organizadores explicam que “as pessoas estão a utilizar concretamente esta tecnologia nas suas vidas quotidianas, a negociar e a partilhar sentidos, a definir identidades, a propor rearticulações”, tudo motivos para estudos na área da comunicação.
A entrada em cena do computador pessoal veio a alterar muitas coisas neste domínio. Desde a interacção com o público até à produção de conteúdos individuais, “a ligação à Internet alterou substancialmente a forma de interacção do público com um meio de comunicação”, sublinha Braga. Esta doutoranda explica também que “estas jornadas vêm colocar em questão os usos sociais do ambiente digital e os modos de os investigar academicamente evitando as especulações sobre o impacto provável da Internet na Humanidade”.