Rede ICOD
Novas profissões digitais

Profissionais e docentes da área da comunicação vindos de vários pontos do globo encontraram-se na UBI para o segundo encontro da Rede Iberoamericana de Comunicação Digital (ICOD). Os desafios propostos pelas novas tecnologias de comunicação serviram de mote para a reunião de trabalho.

Por Eduardo Alves

Investigadores de diversas nacionalidades estiveram reunidos na Covilhã

Na “aldeia global” o peso das ferramentas digitais é cada vez maior. A utilização dos instrumentos correctos por parte do profissional de comunicação vai “com toda a certeza, distingui-lo dos demais”. Esta teoria é explicada por Carlos Scolari, director do Departamento de Comunicação Digital da Universidade de VIC, em Espanha, e que foi debatida no segundo de quatro encontros que compõem o projecto ICOD.
Uma actividade levada a cabo por docentes e investigadores de oito Universidades Iberoamericanas – Universidade de Vic (Espanha), Rosário e Patagónia Austral (Argentina), La Habana (Cuba), Lille III (França), Bahia e Universidade Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) – as quais pretendem perceber melhor o que as Universidades estão a fazer em relação à formação dos jovens comunicadores e a sua ligação ao mundo da Internet.
Encontrar um tipo de definição das várias competências que cada profissão, na área do digital, deve ter é o objectivo fundamental do encontro. Com as ferramentas propostas actualmente, as diferentes áreas da comunicação, desde a imprensa tradicional, passando pelas relações públicas e assessoria, assim como publicidade têm necessidades, utilizações e aplicações diferentes deste tipo de contactos. Daí que “as Universidades se devem abrir ao mundo exterior e partilhar entre si experiências, no sentido de descortinar qual a melhor forma de preparação dos alunos para o mercado”. Carlos Scolari lembra que “o ICOD deve encontrar as competências que os profissionais da comunicação devem ter face a um ambiente digital”.
No encontro anterior foi feita toda a síntese da história da comunicação, como é que se chegou até aqui, as diferentes carreiras, nos diferentes países. Neste encontro “para além de definirmos as competências para cada uma das áreas da comunicação, preparamos também já a próxima reunião, onde vamos analisar, dentro destas competências, quais são as experiências de ensino para essas mesmas capacidades”, explica João Canavilhas, docente no Departamento de Comunicação e Artes da UBI.
Todo este trabalho vai servir para que “dentro de um ano, em VIC, na reunião final se debatam as competências a ter pelos novos profissionais de comunicação e de que forma estes devem ser ensinadas”. A base fundamental de todo o projecto é pois “encontrar soluções de ensino capazes e eficazes, para as diferentes áreas da comunicação”, defende Scolari.




Afirmação pela diferença

UBI e Universidade do Minho “são as duas instituições que lideram a investigação das novas tecnologias em Portugal”. Quem o afirma é João Canavilhas. Este docente no Departamento de Comunicação e Artes da UBI é também um dos promotores do ICOD. Para Canavilhas, “as Universidades novas e de pequena dimensão sentiram uma necessidade de se afirmarem”. Algo que seria mais difícil “em campos de investigação tidos como tradicionais”. Daí que as novas Universidades se tenham adaptado aos novos campos de investigação. O docente refere ainda que a par da Universidade do Minho, a UBI lidera as investigações e os projectos de desenvolvimento neste campo, em Portugal.