Segundo o sindicato, os trabalhadores foram despedidos enquanto estavam em período de férias

Carveste
26 operários desempregados nas férias

A empresa de Caria, que se encontra num processo de recuperação, terá, segundo a candidata da CDU à Câmara de Belmonte, Dulce Pinheiro, despedido 26 pessoas quando estas se encontravam de férias.


João Alves
NC / Urbi et Orbi


“Soubemos que, novamente a Carveste, tem o gume da espada próximo da cabeça dos trabalhadores, porque segundo apurámos junto dos escritórios, terão sido enviadas 26 cartas de despedimento a operários. É das piores notícias que poderíamos ter”. A acusação é feita pela sindicalista e candidata da CDU à Câmara de Belmonte, Dulce Pinheiro.
Esta responsável lamenta aquilo a que chama de “falta de dignidade” da administração da Carveste que “aproveita as férias dos trabalhadores para lhes fazer chegar, via carta, a nota de despedimento”. Uma situação que classifica de “grave, quando se sabe que a empresa está num processo de recuperação, na qual estão envolvidos dinheiros públicos”.
Por tudo isto, Dulce Pinheiro diz que os autarcas “não podem ficar calados, nomeadamente a Câmara e Junta de Freguesia de Caria. É preciso saber porque é que o processo está a falhar”. A candidata comunista à autarquia belmontense diz que também o Governo “tem responsabilidade, não pode ficar calado e tem que vir ver o que se está a passar, de modo a se conseguir inverter a situação”.
Contactada a Carveste para falar sobre esta denúncia, mas a empresa referiu apenas que “o adminstrador se encontrava de férias". No entanto, a mesma pessoa que atendia a chamada adiantava que já na quinta-feira, 1, as férias dos trabalhadores acabavam e a empresa retomava a sua normal laboração.
Já Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, diz que estes despedimentos, que não estão “ainda bem contabilizados, havendo números desencontrados”, só demonstram a “incompetência dos administradores, já que foram gastos na recuperação da empresa alguns milhões”. O dirigente sindical critica ainda o facto de, antes das férias, as pessoas terem estado a trabalhar mais tempo que o previsto porque “diziam que havia muitas encomendas” e depois, durante o tempo de férias, “despedirem as pessoas enviando cartas”. A Carveste retomou o trabalho na passada quinta-feira, 1, dia em que estava prevista uma reunião do Sindicato com os trabalhadores. “Iremos fazer o que os operários decidirem” afirma Luís Garra.