Esgotos a céu aberto
Moradores da Ponte Pedrinha
pedem uma ETAR

Os residentes na zona da Ponte Pedrinha, no Tortosendo, queixam-se dos maus cheiros que têm de suportar todos os dias, provenientes dos esgotos que correm a céu aberto para o rio Zêzere. E dizem não entender porque é que, apesar das promessas que lhe têm sido feitas, o problema ainda não foi resolvido.

NC / Urbi et Orbi

Os esgotos correm a céu aberto para o Rio Zêzere

“A Ponte Pedrinha era uma zona de lazer, o rio levava um caudal limpo, não um fio de água suja e mal cheirosa, as margens estavam limpas e as pessoas deslocavam-se até ali para desfrutar do local”, salienta Maria da Conceição Pereira, proprietária de um restaurante no local. Agora, continua, “a Ponte Pedrinha está poluída, todos os dias as descargas de esgotos, os maus cheiros e a poluição do ambiente marcam presença neste local”.
“Lembro-me perfeitamente que me foi dito que o problema estaria resolvido dentro em breve, que os esgotos não iriam correr mais a céu aberto e que os maus cheiros iriam acabar”, acrescenta a porta-voz dos residentes, que chegou à conclusão que o local foi "esquecido". Junto ao rio foi construída uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), que parece não resolver o problema.
Conceição Pereira conta que na semana passada os cheiros invadiram o seu restaurante, incomodando os clientes, e frisa que resolveram denunciar a situação publicamente porque os cheiros se intensificaram. Entretanto, fica à espera que quem de direito resolva a situação.
Contactado o responsável dos Serviços Municipalizados, Leopoldo Santos, mandou transmitir que os SMAS já participaram o problema à empresa Águas da Serra, que desde Abril detém a concessão do saneamento em alta do concelho. A directora desta estrutura, Sophie Lemazourie, diz que os moradores deviam ter transmitido à empresa as suas preocupações e não à comunicação social. E informa que vai “tentar resolver isso esta semana ou na próxima”. “Há muitas prioridades e temos de as ir resolvendo uma a uma”, sublinha.
Já em 2001 os residentes na Ponte Pedrinha tornaram públicas as suas queixas pelo pó e ruído constantes, provocados por uma empresa de fabrico de betão que lhes estava a degradar a qualidade de vida.