O candidato à Presidência da República reuniu na Covilhã cerca de 700 pessoas

Mário Soares na Covilhã Presidência para acabar com assimetrias Na sua passagem pela Covilhã, Mário Soares, candidato à Presidência da República falou das desigualdades entre as zonas do interior e do litoral do País. Outra das preocupações apontadas pelo candidato foi o desemprego. Por Eduardo Alves

Mário Soares encheu o pavilhão da Escola Quinta das Palmeiras. Cerca de 700 pessoas marcaram presença no almoço do candidato à Presidência da República, na Covilhã. Numa entrada emocionada, o candidato fez questão de percorrer quase todo o espaço contactando com os apoiantes. Este gesto havia de ser recuperado por Soares no seu discurso. Uma intervenção aproveitada para lançar mais uma farpa ao seu principal adversário, Aníbal Cavaco Silva. Para Soares, “esta campanha deve ser feita junto das pessoas, para todas as pessoas, com diálogo e participação, com explicação de ideias”. E foi de ideias para o Interior, para a região de “dois grandes socialistas como António Guterres e José Sócrates” que Soares falou. O candidato referiu que Guterres “poderia estar aqui, neste lugar, a concorrer a este cargo, mas está num grande lugar a representar Portugal”. Missão não menos honrosa, na perspectiva do candidato “apoiado pelo Partido Socialista”, tem José Sócrates. Para Soares “este covilhanense é bem o exemplo da capacidade das gentes desta terra”. Uma alusão que arrancou aplausos dos assistentes. Soares gostou e referiu que estes dias marcam “o arranque definitivo desta candidatura, começamos agora a por a máquina a carburar”. Embrenhado num discurso já mais político, o ex-Presidente da República adiantou que se for novamente eleito vai trabalhar “para acabar com as assimetrias e tornar igual a vida no interior e no litoral do País”. Para este eurodeputado, “é inconcebível que Portugal continue a ser o País de maiores assimetrias na Europa dos 15” . Assimetrias que também se começam a fazer sentir, cada vez mais, no desemprego. Soares está preocupado com o aumento do número de pessoas que não conseguem um trabalho estável “sobretudo os jovens e os licenciados”. Daí que o candidato, caso eleito, tenha na coesão social “um objectivo de trabalho fundamental”. As propostas de Soares agradaram aos seus apoiantes e este acabou mesmo dizendo que na sua primeira fase de campanha quer fazer o pleno do eleitorado socialista.