XVI Feira Nacional da Marinha Grande
Artesanato e vidro em destaque

O Parque Municipal de exposições da Marinha Grande acolheu, entre os dias 30 de Novembro e 11 de Dezembro, a XVI Feira Nacional de Artesanato e Gastronomia, FAG. Vidro, vime, barro, madeira e lã são alguns dos produtos regionais e nacionais expostos nesta feira para os seus visitantes que vêem de vários locais do País.

Por Núria Constâncio

O vidro continua a ser a principal atracção da Marinha Grande

Do Minho à Estremadura, da Beira Interior à Beira Litoral, passando no Algarve e chegando aos Açores, são algumas das regiões representadas neste certame por produtores de artesanato e de gastronomia que percorrem o País a mostrar o que de melhor existe nas suas zonas.
“A feira é importante para divulgar os produtos artesanais de diferentes regiões do País”. Ana Baiona, fabricante de doces, proveniente do Algarve, que vem desde o primeiro ano que se realizou esta feira, reconhece a importância destes eventos para promover o artesanato regional, que é cada vez mais esquecido e preterido pelos artigos estrangeiros e que são vendidos em grandes superfícies.
O sentimento é partilhado por Licínio Marante, fabricante de vidro e natural da Marinha Grande, que já vem à feira à 10 anos. “ A feira é importante porque faz uma resistência em manter os produtos artesanais de diversas origens e promove os produtos nacionais”, mas também reconhece que as pessoas que mais visitam a feira são da zona da Marinha Grande.
Mais do que o objectivo de obter lucro é a divulgação do nome da sua casa que faz Augusto Bandeira participar na FAG. São muitas as pessoas que ao passar no Alto Minho visitam a sua casa, Paradise “O Augusto.” De Lisboa aos Açores são muitos os visitantes que já lhe bateram à porta.
Augusto Bandeira lamenta que a gastronomia não receba apoios, pois é “o que atrai muito turismo ao nosso País”.

Situação financeira pouco favorável

A pouca informação a nível nacional é uma das causas pela fraca adesão a este certame, independentemente da boa organização do evento é um sentimento partilhado por todos aqueles que ali expõem os produtos.
“As pessoas têm aderido a esta mostra mas só para ver o que está exposto… elas passam mas não compram nada”. Ana Baiona lamenta a crise que o País atravessa e isso é bem visível nesta feira. Apesar das inúmeras pessoas que visitam a feira, as vendas não são assim tão animadoras.
Ao contrário de Augusto Bandeira, a proprietária do Lampião, que vive exclusivamente deste tipo de feiras, e da sua vasta experiência de participação neste certame, a 11ª vez na FAG, refere a que existe uma quebra no número de visitantes. “A situação económica não está favorável”, adianta. O fraco poder de compra dos portugueses e o aumento do número de eventos divide as pessoas, o que provoca uma menor adesão aos certames.
Além de restaurantes a FAG conta com stands de produtos regionais como é o caso estabelecimento Enchido Serrano, que está representado pela primeira vez no certame. Enchidos tradicionais da Serra da Estrela, queijos ou ginginha foram alguns dos produtos expostos. Yolanda Santos salienta que apesar da pouca afluência de pessoas na feira, há sempre quem compre produtos alimentares.