O Cine Clube de Viseu comemorou na passada semana 50 anos de actividade
Comemoração dos 50 anos de actividade do CCV
Aurora eterna em dia de festa

Os 50 anos do Cine Clube de Viseu foram comemorados em parceria com o Teatro Viriato, sexta-feira passada, dia 16, com a apresentação do filme Aurora de Murnau, interpretado pela orquestra Láudano.


Por Sofia Amaral


Aurora (Sunrise: a song of two humans), de F. W. Murnau, foi o clássico do cinema americano escolhido para um concerto que contou com uma composição sonora original de Luís Pedro Madeira e interpretação da orquestra Láudano, de Coimbra. Este foi o filme/concerto escolhido para estreia na noite de comemoração das “bodas de ouro” do Cine Clube de Viseu (CCV), organizada em parceria com o Teatro Viriato.
Para além de ser uma data especial para o CCV, a noite de 16 de Dezembro era também Noite de Amigos e Mecenas do teatro e encerra a programação da temporada 2005. A Noite de Amigos simboliza um agradecimento a todos aqueles que contribuem para o financiamento e autonomia da instituição.
O músico e compositor Luís Pedro Madeira, 35 anos, foi convidado por ambas as instituições para interpretar musicalmente Aurora. Natural de Coimbra é já conhecido por trabalhos com os Belle Chase Hotel ou em filmes como Esquece tudo o que te disse. É famoso também por ter coordenado um grupo formado por jovens da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral e pela participação no festival “Animatógrafo de Coimbra” integrado na Coimbra – capital da cultura em 2003. Juntamente com a orquestra levou a cabo um trabalho muito aplaudido pelos espectadores.
Aurora é a história de um casal que vê o seu amor posto à prova devido ao aparecimento de outra mulher, a “menina da cidade”, como era conhecida. Esta assobiava sempre que queria chamar o homem. Mas o seu assobio depressa desvaneceu assim que o amor do casal renasceu. A mensagem subjacente no filme é que a vida é imutável e que o amor quando verdadeiro, recorda-se eternamente. É um clássico que apela às emoções humanas.
Acerca do filme diz-se estar perante “um título chave de todo o cinema (…) um dos filmes de génio que, no período mudo, ajudaram a consolidar o cinema como linguagem específica”. A arte de Friedrich-Wilhelm Murnau constitui um território de deslumbramento e surpresa, “quase 80 anos depois, a beleza permanece”. Aurora foi o único filme a ganhar o Óscar de “melhor filme de qualidade artística” e é considerado por muitos como o “mais belo filme do mundo”.