O mais recente livro do escritor mostra imagens da freguesia da Conceição
Novo livro de António Borges
A evolução da Conceição em fotografia

Depois de S. Martinho, Santa Maria e S. Pedro, chegou a vez da Conceição. António Borges conta a história da freguesia em fotografias e fecha o ciclo do núcleo urbano da Covilhã. A seguir vem o Tortosendo.


NC / Urbi et Orbi


António Garcia Borges fechou, na passada semana, um ciclo. O escritor covilhanense terminou e apresentou a sua mais recente publicação – “História Urbana em Postais e Fotografias da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição (1890-2000)” – e termina, assim, uma viagem pictórica pelas quatro freguesias urbanas da Covilhã.
O projecto já era antigo e estava nos planos do autor desde o lançamento, há quatro anos, de um trabalho muito semelhante, então, sobre a freguesia de S. Martinho. Seguiu-se Santa Maria e S. Pedro. Para o final, António Borges, reservou a maior freguesia da cidade e a mais populosa do concelho. Um registo fotográfico ímpar, com imagens que cruzaram três séculos, e que ajudam a compreender, uns, ou a recordar, outros, o crescimento da metade norte da Cidade Neve. Um crescimento feito, sobretudo, à custa da construção maciça de fábricas têxteis. Mas não só.
António Borges, mais que em qualquer outro trabalho anterior, complementa o registo fotográfico com completos dados estatísticos e descrições textuais. O texto assume, assim, neste livro, uma importância maior, na medida em que permite compreender as transformações que as diferentes zonas da freguesia foram sendo alteradas.
Através da imagem o autor dá especial ênfase à evolução da indústria laneira que, durante séculos, alimentou os covilhanenses. Desde as pequenas fábricas “movidas” a energia hidráulica aproveitando a proximidade da Ribeira da Carpinteira, ás grandes usinas alimentadas a vapor, primeiro, e a electricidade, depois. Através do livro, o leitor pode acompanhar o nascimento dessa “nova” indústria, o seu apogeu e o declínio.
Mas uma freguesia é constituída, essencialmente, por pessoas, e António Borges não o esquece. E por isso dá-nos conta do crescimento das zonas emblemáticas, como o Jardim Público, com os seus edifícios como o Palacete e a casa da “Assistência Nacional aos Tuberculosos (actualmente sede da Região de Turismo), bem como dos seus monumentos. A construção dos Bairros residenciais da cidade também não é descurada. E através da imagem assistimos ao nascimento dos Penedos Altos, do Rodrigo e do Bairro Municipal e ao desabrochar de fogos nas bermas da estrada do Sineiro.
O livro conta com cerca de 150 imagens – a mais antiga de 1890 – compostas por fotografias e postais que o autor foi angariando ao longo do tempo. Para os dados estatísticos e históricos socorreu-se do seu próprio arquivo pessoal.
O novo livro foi apresentado no Salão do GIR Rodrigo, na presença de Carlos Martins, presidente da Junta da Conceição, que apoiou esta edição da Associação dos Amigos da Covilhã. Mas ainda o novo livro não foi “digerido”, e já António Borges anuncia o próximo. Um trabalho em registo semelhante, mas agora voltado para o Tortosendo. O projecto já está praticamente concluído e deverá ser lançado no primeiro semestre de 2006. Uma publicação que poderá ser o início de uma nova aventura – a do registo fotográfico das freguesias rurais do concelho – uma vez que o autor já iniciou há algum tempo o trabalho de recolha de documentação sobre a freguesia do Teixoso.