Bloqueador de contramão
Inventor cede direitos

Quem se comprometer a aplicar o invento, fica com os direitos sobre ele. É esta a proposta de Fernando Gonçalves, que já tentou negociar o invento com a Scutvias.


NC / Urbi et Orbi

O engenho desenvolvido pelo inventor fundanense pretende acabar com os casos de contramão nas auto-estradas

O inventor fundanense Fernando Gonçalves está disponível para ceder gratuitamente os direitos que detém sobre a invenção de um dispositivo que bloqueia veículos nos acessos a auto-estradas quando tentam entrar em contramão, a quem se comprometa a aplicá-lo.
O bloqueador de contramão, assim se chama o invento, foi premiado na edição de 2004 do Concurso de Invenções de Genebra, na Suíça. Nesse ano, Fernando Gonçalves chegou a tentar negociar com a Scutvias, concessionária da A23, para a aplicação do bloqueador, mas o entendimento foi infrutífero. Segundo a empresa, o inventor propunha preços muito elevados. Já Fernando Gonçalves acusa a empresa de, na altura, não ter apresentado uma proposta honesta, querendo apenas entreter a comunicação social. Agora, o inventor, oriundo do Fundão, está disposto a oferecer a invenção a quem lhe dê garantia de que a vai aplicar.
Ao mesmo tempo que mantinha as negociações com a Scutvias, o inventor contactou igualmente com o então Instituto de Estradas de Portugal (IEP), mas o bloqueador nunca passou de protótipo, mesmo depois das várias cartas remetidas para entidades governamentais. Gil Conde, administrador da Scutvias, garante estar disponível para reatar conversas com Fernando Gonçalves, independentemente de o inventor dizer agora que oferece a invenção. O responsável frisa que Fernando Gonçalves apresentou, em 2004, um preço pelos 28 equipamentos a instalar muito superior ao protótipo e que, por isso, a proposta não foi aceite. Mas, reconhece que a comunicação naquela altura não foi a melhor.
Por seu lado, Fernando Gonçalves confessa estar muito desiludido com o seu trabalho de inventor, acrescentando que tão depressa não pretende registar mais nada em Portugal.
Recorde-se que só em Dezembro último, aconteceram dois casos de contramão na A23 e A25, num dos quais uma condutora circulou ao longo de 40 quilómetros em sentido proibido. O bloqueador de contramão pode vir a tornar-se “muito útil”, garante Gil Conde. No entanto, acredita que há certos desrespeitos pela sinalização que nem esta invenção pode vir resolver.