Referendo na UBI
Estudantes voltam às urnas

A medida tinha já sido proposta pela comissão de gestão que conduziu a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) nos últimos seis meses. Bruno Carneiro, o novo presidente da academia concordou a deu luz verde à ideia. O passado dia 19 de Janeiro fica marcado pela realização de um referendo sobre o desacordo entre a associação e a UBI. Nesta consulta aos alunos da academia, a abstenção alcançou os 75 pontos percentuais, mas os promotores continuam a apostar na finalidade da ideia.


Por Eduardo Alves

As duas questões foram respondidas por 1266 alunos

O principal objectivo desta medida realizada já sob a tutela da nova direcção foi o de “auscultar todos os alunos da UBI”. Os responsáveis pela associação académica quiseram, com este referendo, aferir o sentido dos estudantes. Para tal, o refendo incluía duas questões que pretendiam isso mesmo. “Concordas que Associação Académica da UBI tivesse recorrido para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco para fazer valer a legalidade interna na UBI?” foi a primeira questão deste referendo. Esta obteve 1173 votos favoráveis, 92,65 por cento, entre os 1266 totais. Registaram-se ainda 77 votos contra, seis por cento, 11 votos em branco, 0,87 por cento, e cinco votos nulos, 0,40 por cento.
No que respeita à segunda questão, “Concordas com a introdução de notas mínimas, assiduidade obrigatória, ponderação da classificação na avaliação contínua e exame e média aritmética nas melhorias de notas, de acordo com o Projecto sugerido pela Reitoria?” A esta pergunta 95,1 por cento dos estudantes responderam contra. A questão encontrou aprovação por parte de 52 alunos, 4,1 por cento, oito votos em branco, 0,63 por cento e dois votos nulos, 0,16 por cento.
Num universo votante de 4952 alunos, a abstenção rondou os 75 por cento. Já as eleições para a presidência da associação foram também marcadas por uma elevada abstenção. Ainda assim, em comunicado enviado à Comunicação Social, os responsáveis pela academia fazem uma leitura diferente dos níveis de abstenção e destacam “a massiva participação estudantil, neste referendo”. Conclusão que a AAUBI retira ao assinalar que, “nas últimas eleições para os órgãos sociais apenas participaram 13,07 por cento dos estudantes”.
Os resultados agora obtidos vão ser enviados a Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior. Uma medida que os responsáveis pela “Casa Azul” julgam importante para dar conta “de uma imposição unilateral de critérios de avaliação contrários aos Regulamentos Internos da UBI”.




Diálogo é solução

Bruno Carneiro, presidente da academia falou sobre este refendo ao Urbi. Este responsável máximo diz estar a recolher documentação relativa a todo o processo judicial que envolve a UBI e a AAUBI. Uma pasta com todos os documentos, resultados da providência cautelar e do referendo vai agora chegar às mãos de Mariano Gago, ministro da tutela. Carneiro diz que esta é uma forma de “dar a conhecer o que se passou na UBI”.
O tempo verbal utilizado pelo presidente da academia – no passado – não é por acaso. Carneiro diz que a solução do problema passa agora pelo diálogo. Para esse efeito, o estudante de Engenharia Civil que no passado dia 16 de Janeiro assumiu funções de presidente da AAUBI tem já agendada uma reunião de trabalho com os responsáveis da UBI. Entre outros assuntos pendentes, em cima da mesa vai estar a questão da providência cautelar das avaliações dos alunos.
Sobre o referendo, Carneiro sublinhou a crescente participação dos alunos, “embora um pouco aquém das nossas expectativas”. Isto porque, a AAUBI “fez um grande esforço de divulgação do referendo, sobretudo, através dos núcleos” que depois não obteve os resultados esperados.
O responsável pela “Casa Azul” adianta ainda que vai continuar a apostar neste tipo de consulta aos estudantes, mas no futuro, “a consulta passa por recorrer à página da associação académica”, conclui.