Mestrado em Língua, Cultura Portuguesa e Didáctica
Os mares da Internet

As potencialidades de vencer a separação geográfica através das novas tecnologias serviu de base para a uma tese de mestrado apresentada na UBI por uma investigadora brasileira.


Por Eduardo Alves

Esta tese estuda as potencialidades da Internet na difusão da língua e da cultura

Sandra Adriana Nunes não esquece que as raízes da sua nação, o Brasil, começam em Portugal. Vai daí e propôs-se a estudar as potencialidades da Internet para aproximar adolescentes portugueses e brasileiros.
A dissertação agora apresentada resulta de um projecto chamado “Descobrimento”. Neste estudo, intitulado “Nos Info-mares navegar é preciso: os chats como estratégia pedagógica no intercâmbio entre adolescentes brasileiros e portugueses”, tenta-se privilegiar a Internet como uma ferramenta pedagógica no intercâmbio entre adolescentes lusófonos. O estudo teve início em 2003 e decorreu até ao ano passado. Esta tese discorre sobre três etapas específicas. A primeira é “a da imersão virtual, que é um período em que os alunos constroem através da sua imaginação um personagem”, explica a autora. Sandra Nunes defende que “este passo ajuda na formação da identidade do aluno, ele pode resolver certos conflitos sendo outra pessoa, o que seria difícil de experimentar caso se tratasse da sua própria identidade”. Neste período “tivemos encontros on-line que foram marcados nas duas nações e em que se colocaram quatro personagens que falam sobre um determinado tema”. Após isso ocorreu o encontro do descobrimento, “em que eles se podem mostrar e em que há um certo encantamento”. Nesta segunda parte, um grupo de alunos portugueses que integravam o estudo deslocaram-se ao Brasil para terem contacto com a cultura brasileira. A última parte do projecto contou com a vinda de 22 jovens brasileiros a Portugal e com a “recolha de conclusões”.
Segundo Sandra Nunes, para além de provar que os chats e a Internet “são meios capazes de aproximar dois povos geograficamente distantes”, são também formas de “manter duas nações irmãs unidas pela sua linguagem”. Outra das conclusões a que a autora da tese chegou foi a “abolição da concepção de colonizado e colonizador”.
João Malaca Casteleiro, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata, professora coordenadora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Maria Antonieta Gomes Baptista Garcia, professora associada da Universidade da Beira Interior e Paulo José Tente da Rocha Santos Osório, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior foram os elementos do júri que aprovaram esta dissertação.