Falência da Álvaro Paulo Rato
Sindicato acusa Segurança Social
de não defender ex-operários


O processo de falência da Álvaro Paulo Rato está longe de reunir o consenso entre sindicato e segurança social. Os representantes dos trabalhadores mostram-se descontentes com as soluções encontradas
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NC / Urbi et Orbi

A empresa, que funcionava junto à ribeira da Carpinteira, abriu falência há cerca de um ano

O Sindicato dos Têxteis da Beira Baixa, em comunicado, acusa a Segurança Social de não defender os interesses dos ex-trabalhadores da empresa de lanifícios Álvaro Paulo Rato, na Covilhã. A empresa faliu recentemente na sequência de um processo de recuperação que, segundo o Sindicato, “seria objecto de averiguação judicial em qualquer país civilizado”.
Há bem pouco tempo o Tribunal Judicial da Covilhã proferiu a sentença de graduação de créditos, que colocava os trabalhadores à frente da Segurança Social no pagamento dos mesmos, mas colocava Amândio Saraiva, antigo cliente e o único interessado na compra da empresa, à frente dos trabalhadores. Uma opção contestada pelo Sindicato, que esperava, contudo, que a Segurança Social apresentasse recurso contra o primeiro lugar ocupado por Amândio Saraiva. Porém, “estranhamente ou talvez não, a Segurança Social, no seu recurso, contesta o lugar ocupado pelos trabalhadores”. Por isso, o Sindicato acusa a Segurança Social de mostrar “a sua face anti-social” por “passar por cima dos créditos de Amândio Saraiva, esses sim de duvidosa origem” e “evitar que os trabalhadores recebam uma pequena parte dos seus créditos”.
A entidade sindical acusa ainda a Segurança Social de actuar assim porque “sabem que, com o alto valor das custas judiciais e com os trabalhadores sem apoio judiciário, a contestação ao recurso poderá custar perto de cinco mil euros”. Uma actuação que o Sindicato classifica de “afronta aos trabalhadores”, prometendo levar a contestação jurídica e denúncia pública “às últimas consequências”.