A equipa do Covilhã não foi além do empate a zero bolas
Liga de Honra
Era um risco ... arriscar

O nulo penaliza toda a gente, mas os homens do Vizela merecem o prémio do sacrifício após a pressão final dos serranos.


Por Hélder Prior


"Perdidos" bem podia ser o nome do filme do Complexo Desportivo da Covilhã que estreou domingo, 12 de Março. Os protagonistas do encontro que pôs frente a frente o Sp. Covilhã e o Vizela não foram além de um empate a zero num nulo que penalizou, sobretudo a equipa da casa.
O Sp. Covilhã desperdiçou uma grande oportunidade para arrumar quase definitivamente com as contas da manutenção, mas o Vizela mereceu inteiramente a divisão dos pontos e até esteve perto de conseguir a vitória. Dadas as circunstâncias do encontro de domingo e até pela fraca produtividade que o Vizela tem vindo a apresentar no campeonato, o empate acabou por ser um péssimo resultado para as aspirações do Sp. da Covilhã.
Depois da vitória caseira conseguida na semana passada (2-0 frente ao Maia), a equipa verde e branca voltou a desperdiçar pontos no acérrimo campeonato da manutenção. A verdade é que enquanto Carlos Garcia assumiu a necessidade de evitar a derrota na parte final do jogo, João Salcedas não logrou dar mais ousadia à sua equipa e correu até o risco de perder o jogo numa qualquer bola parada, pormenor em que os do Vizela são exímios e o ex Sp. da Covilhã Useias até esteve perto disso.
Antes do início da partida pairava a ideia de um grande jogo devido à necessidade de conquistar pontos por parte das duas equipas, mas esta ideia acabou por não se confirmar. De facto, a história da primeira parte tem pouco para contar e os primeiros 45 minutos roçaram a mediocridade.
Praticamente sem lances de perigo, se exceptuarmos o remate de Useias ao minuto 31 a que Serrão interveio com os punhos, a primeira parte foi pobre em qualidade técnica, apesar de audaz em capacidade táctica. A jogar num 3-4-3 com pouca dinâmica no meio campo (apenas Márcio Sousa conseguia fugir às marcações), a equipa do Sp. da Covilhã nunca se encontrou em campo e protagonizou mesmo uma das piores exibições da época. Foi, em suma, uma questão de gestão e no Complexo Desportivo da Covilhã evitou-se, sobretudo, não perder. Não havia lugar para protagonistas, o jogo era totalmente colectivo, praticamente sem rasgos individuais ou jogadas de perigo que animassem os espectadores e a certa altura...era um risco... arriscar.
Na segunda parte, meia hora de grande fulgor não chegou para que o Sp. da Covilhã se redimisse de uns 45 minutos muito pobres e caprichosamente foi o herói da semana passada, Real, a desperdiçar a grande oportunidade do encontro (minuto 82) num lance em que a sorte não acompanhou os serranos.
Enfim, quando tinha tudo para ganhar, o Sp. da Covilhã contentou-se com o empate e nem a pressão final dos da Serra pôs fim ao nulo. Houve pouco a registar neste duelo de candidatos à descida, mas a tarde primaveril da Cidade Neve não aqueceu com golos a tarde desportiva. Havia essa perspectiva e a frustração foi geral.
Num jogo nada vistoso, em que a transpiração goleou a inspiração, valeu o "pontinho" conquistado pelo Sp. da Covilhã para manter o leão agarrado ao sonho bem real da manutenção.