“Agatha”
Galegos estreiam na Covilhã

Como substituto à peça O.Veneno.Na.Veia, de Javier Duringer a companhia de teatro da Universidad de Santiago de Compostela não deixou o ciclo descansar, apresentando no passado domingo a peça “Agatha”.


Por Ana d'Orey

Uma peça que substituiu "O.Veneno.Na.Veia"

Devido à falta de comparência da peça teatral da Universidade Lusíada, do Porto, o Teatro-Cine da Covilhã acolheu “Agatha” de Marguerite Duras, na versão da companhia Caleac Teatro. Os jovens actores espanhóis estrearam esta sua peça em palco português, no X Ciclo de Teatro Universitário, espectáculo que era previsto estrear dia 21 de Abril. A peça consiste num romance e desenvolve-se através de um tenso diálogo entre um homem e uma mulher. Um casal que vive o mais proibido dos romances, Agatha e o seu amante são irmãos. È um espectáculo que conta com a fundamental presença de diversos elementos audiovisuais, como o som e as imagens. O resultado é uma obra de carácter intimista, uma excepcional combinação entre som e poesia.
Os estudantes galegos arriscaram, o público aderiu e correspondeu-lhes com grandiosos elogios. No final da peça os dois actores falaram e interagiram com a plateia, ouvindo todas as críticas construtivas que lhes foram postas. As principais críticas apontadas dirigiram-se à peça por ter sido demasiado extensa e intima não permitindo que os actores interagissem com o público. Tal originou que alguns elementos da plateia se sentissem exaustos. Os actores tiveram uma “performance meritoriamente boa”, como o assinalou um elemento do público. È de ressalvar o envolvimento harmonioso entre os actores, a história e o pacífico som do mar, que serviu de pano de fundo durante toda a peça. Num cenário em que o corpo e a água procuram sair de uma maldição, à luz do que Marguerite Duras escreveu sobre um amor impossível, "Agatha".