Uma peça representada pelo Cénico de Direito da Universidade de Lisboa
“12 em fúria”
A controvérsia da raiva

A peça apresentada no passado dia 18 de Março, no âmbito do X Ciclo de Teatro Universitário foi “12 em Fúria” do Cénico de Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.


Por Joana Salvado Barata


Ainda no seguimento da X Edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, a peça que esteve em cena no passado dia 18 de Março intitulou-se “ 12 em Fúria”. Uma demonstração a cargo do Cénico de Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. A encenação esteve a cargo de Pedro Wilson. Esta peça é baseada no filme “12 Angry Men”, de Sidney Lumet, com adaptação ao teatro de Henrique Gomes.
A peça “12 em Fúria” gira em torno da frase “E se a sua vida dependesse de um voto?”. São 12 as personagens intervenientes e cada uma das personagens com uma missão: a de condenar ou libertar um rapaz suspeito de ter morto o seu próprio pai.
No palco estão presentes duas armas da condenação: a cadeira eléctrica, ao centro do palco e a guilhotina. São 11 os que estão ao inicio que estavam a favor da condenação, e uma pessoa apenas que defendia a absolvição do rapaz. Trata-se de uma decisão importante, visto que essa mesma decisão determina a vida ou a morte do rapaz, que tem apenas 18 anos. Durante o desenrolar da peça, a confusão instala-se á medida que vão sendo expostos os argumentos e contra – argumentos e o poder que estes têm. Até que chegada a peça ao fim resta apenas uma pessoa que defende a condenação, pois os restantes, ao serem confrontados com novas provas e factos vão reflectindo, chegando à conclusão que o rapaz é inocente. Assim esta peça pretende demonstrar as falhas de um sistema judicial, mas também a falha humana na apreciação de factos, provas e condutas, ou seja, a possibilidade de os advogados não terem sempre a certeza.
No final da peça deu-se a já habitual tertúlia, uma interacção entre o público e os participantes da peça. De entre os vários temas abordados desataque para questões como a pena de morte, o moroso sistema judicial e burocrático e sobretudo para certas injustiças que são cometidas por vezes em determinados casos, ainda mais quando se trata de dar um rumo a uma vida. No final da tertúlia, foi entregue ao grupo a habitual lembrança a simbolizar a passagem do grupo pela Covilhã.