O quotidiano da vida é a base desta encenação teatral
“Histórias Minímas”
Quadros humanos sobem ao palco

Histórias Mínimas são trechos da vida quotidiana. Do mais banal ao mais surreal, a existência humana é retratada nas suas mais complexas e irónicas situações.


Por Liliana Ferreira


Uma selecção de pequenas histórias adaptadas da obra dramatúrgica de Javier Tomeo, Histórias Mínimas , subiu a palco, quinta-feira, 16 de Março, por mãos do grupo TIC TAC (Teatro Amador de Ciências – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), no âmbito de mais uma edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior. O Teatro Cine da Covilhã é novamente a “casa” que acolhe os espectáculos.
Nesta peça, tragédia e ironia confundem-se num mesmo espaço. O Homem, na sua magnífica complexidade, é desdobrado em breves quadros que tantos satirizam como humanizam o seu rosto. A totalidade do ser humano é concretizada de uma forma simples e descomplexada, abordando temas como o amor, o vício, a inocência, a vida e a morte. Nada foi deixado ao acaso na peça. A todos os momentos se confere uma carga poética de jogo de sentidos e emoções bem reais do nosso dia-a-dia. «Até do quadro mais banal se podem retirar as mais profundas ilações, se reflectido».
Jogando em palco com poucos objectos cénicos, os actores fizeram da escassez de recursos uma mais valia para a própria expressão da sua representação. Para Tó Maia, encenador, “a falta de recursos é um problema que não deixa de ser facilmente ultrapassado. Escolhem-se os textos em função dos meios logísticos, financeiros e humanos que temos”. Como diz, “o teatro é uma brincadeira. É o universo infantil. Que será do actor se não souber criar, imaginar no que não há a sua existência?”.
No final da peça, a maior parte do público mostrou-se satisfeito com o espectáculo, que se pautou pela simplicidade e criatividade, conduzido por um humor inteligente e refinado.