José Geraldes

IC6, PRACE e inovação


1. O Governo meteu ombros à maior reorganização dos serviços públicos nos últimos 30 anos com o anúncio do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE). Nesta reforma, vão acabar 187 organismos, por fusão ou extinção.
Os ministérios mais afectados são a Presidência do Conselho de Ministros, Economia, Administração Interna e Segurança Social. Apesar da recomendação dos técnicos, os governadores civis vão manter-se.
Prevê-se que várias competências sejam transferidas para as autarquias sobretudo no domínio a educação, saúde, cultura, energia, ordenamento do território e acção social.
A ser levado até às últimas consequências, o PRACE vai provocar um verdadeiro terramoto na Administração Pública. Muitos funcionários serão atingidos na sua mobilidade. Um novo mapa regional de serviços sairá desta reforma que, se torna o Estado mais ágil e menos obeso, só beneficia os cidadãos. Neste sentido, só temos que elogiar a iniciativa.
Esperemos que as mudanças a fazer não sejam ao nível da cosmética para com outros nomes as coisas ficarem na mesma.
Mas uma vez que há uma série de fusões de vários organismos, a sua distribuição regional obedecerá à lógica das regiões plano. Ou seja, no que diz respeito à Beira Interior e em concreto à Cova da Beira, Coimbra tornar-se-á a sede de organismos a que temos de recorrer na nossa vida prática.
E aqui mais uma vez se põe o problema das acessibilidades. Com a concretização no terreno do PRACE, coloca-se a questão das vias de comunicação para Coimbra.
Assim o IC6 tem de voltar a ser relembrado ao Governo com toda a veemência que o assunto merece. Para toda esta região, o IC6 é uma via de comunicação altamente prioritária. Então vamos continuar a utilizar as mesmas estradas que só causam incómodos, para tratar de assuntos a Coimbra?
Ao falar do IC6, não esquecemos os túneis da Serra da Estrela. Mas sem a construção do IC6, é mais fácil ir a Salamanca do que a Coimbra. Daí que o PRACE exija o retomar imediatamente do IC6.
O Primeiro-Ministro tem de colocar na sua agenda este assunto. Ou então o PRACE é para as gentes, sobretudo da Cova da Beira, mais um monte de problemas na sua vida quotidiana.
2. A Câmara da Covilhã organizou a Semana da Covilhã –Cidade da Inovação. Foram quatro dias de comunicações e mostra de experiências do que se faz a nível das novas tecnologias.
A Covilhã inscreve-se assim como pioneira nos pólos tecnológicos de que o Parkurbis é já um bom ponto de partida.
A candidatura a Cidade Inteligente com todo o prestígio que o galardão pode trazer, é um facto a assinalar bem como o Protocolo assinado com a Agência Portuguesa para o Investimento. Mas só por si a candidatura tem já um valor acrescentado. É o pensar a cidade em termos de futuro.
Colocada no mapa dos pólos tecnológicos, a Covilhã com o Parkurbis tem condições para ocupar uma posição deveras interessante nesta área.
A região ganha dimensão com esta iniciativa.