Liga de Honra
Despromoção à vista

Caminho para a superliga atira Covilhã para baixo da linha de água. Frente a uma das melhores equipas da Liga de Honra, o Sp. Covilhã foi um adversário demasiado mole e permitiu que a melhor qualidade de jogo do Dsp. Aves se impusesse naturalmente.


Por Hélder Prior

A equipa do Sporting da Covilhã voltou a perder em casa

Foi um bom jogo de futebol aquele que os mais de 2 mil espectadores presenciaram este domingo, 23 de Abril, no Complexo Desportivo da Covilhã. De facto, Sporting da Covilhã e o Desportivo das Aves proporcionaram um bom espectáculo de futebol, abrilhantado por três golos, e a derrota caseira por 1 -2 pode muito bem ter sido a “machadada” final nas aspirações dos “leões da Serra”.
Na recepção a um dos principais candidatos à subida de divisão, era previsível que a equipa verde e branca tivesse inúmeras dificuldades para conseguir impor o seu futebol. A verdade é que mesmo a jogar fora, a turma orientada pelo professor Neca foi sempre possuidora de mais consistência e qualidade de jogo, o que lhe permitiu sair do reduto dos serranos com mais uma vitória preciosa. O que é certo é que com este resultado o Sp. Da Covilhã fica numa posição muito desconfortável da tabela classificativa, ocupando um dos lugares que conduz à indesejada despromoção. O público, que assegurou uma boa enchente no Complexo Desportivo, teve direito a um espectáculo interessante, com alguma alternância no domínio da partida e emoção perto das balizas, embora carecendo de finalização mais aprimorada.
Ansioso e pouco disciplinado tacticamente durante toda a partida, a equipa serrana pagou bem caro os erros consentidos, em dois lances de bola parada, e foi sempre incapaz de se sobrepor a um adversário superior em todos os capítulos de jogo. De facto, o minuto 64 pode bem ficar na história como o momento que atirou o Sp. Da Covilhã para a despromoção, já que, a partir do golo de Filipe Anunciação os serranos quebraram quer física quer animicamente. Dominada pelo adversário durante a primeira meia hora, a turma da casa apenas se conseguiu superiorizar na parte final do jogo dispondo de duas boas situações para marcar, mas quer Tarantini quer Vladimir erraram o alvo. A equipa verde e branca, que até poderia ter chegado ao intervalo em vantagem, já que ao minuto 33 Tarantini enviou a bola à barra da baliza de Rui Faria, manteve-se fiel ao seu esquema de jogo, mas foi sempre uma equipa macia, sem argumentos e, sobretudo, pouco imaginativa. O que é certo é que uma vitória podia ter resolvido a complicada questão da permanência e esse é inevitavelmente um ponto sem discórdia.
Depois do intervalo, o Dsp. Das Aves regressou ainda mais consistente dos balneários, encontrando soluções de desdobramento que permitiam dar profundidade atacante a uma movimentação a meio campo demasiado inócua no primeiro tempo. Com um ritmo de jogo acelerado por boas movimentações ofensivas, e depois da falha de marcação da defensiva do Sp. Da Covilhã que permitiu a Filipe Anunciação inaugurar o marcador, o Aves chegou ao golo da tranquilidade à passagem do minuto 80, novamente na sequência de um canto, a que Mércio acabou por dar o melhor seguimento. A perder por dois zero, o Covilhã tentou reagir e acabou por chegar ao golo já em período de compensação com Cunha a responder da melhor forma a um cruzamento de Milton.
Com esta derrota o Covilhã encontra-se na zona de despromoção, com 40 pontos, mas o técnico José Dinis promete continuar a trabalhar para que a equipa esteja em condições de levar de vencida o Portimonense já na próxima jornada.