A questão da maternidade esteve na ordem do dia
Comemorações do 25 de Abril
Revolucionar a região

Na sessão solene das comemorações do 25 de Abril, a Assembleia Municipal da Covilhã fez uma retrospectiva sobre os 32 anos passados em democracia e as necessidades de futuro.


Por Eduardo Alves


O salão nobre da Câmara Municipal da Covilhã recebeu as forças políticas presentes na Assembleia Municipal para as comemorações solenes do 25 de Abril. Ainda assim, foi a questão da maternidade que monopolizou o discurso das várias forças políticas.
Isilda Barata, representante do CDS-PP foi a primeira a abordar o assunto lembrando que “a região não pode ficar sem uma valência que permita dar vida às pessoas”.
José Serra dos Reis, do Bloco de Esquerda, foi buscar conhecidas teorias filosóficas para a sua intervenção. Este deputado municipal, para além de defender também a necessidade da manutenção da maternidade, abordou alguns “afrontamentos que ainda se vêm sentindo à liberdade de expressão”. Esta última temática foi depois tomada, com mais destaque por Victor Reis Silva, deputado do PCP. Rei Silva destacou que “passados 32 anos sobre o 25 de Abril, parece haver ainda quem mantenha algumas atitudes fascistas”. Reis Silva lembrou aos responsáveis camarários que “ainda se continuam a retirar cartazes políticos das ruas, ainda se continuam a tentar silenciar jornalistas” e a mostrar de forma atabalhoada “documentos importantes para o concelho e para o País”.
Mas foi pela voz do socialista Hélio Fazendeiro que surgiu a maior surpresa da sessão. O deputado do PS sublinhou a impossibilidade “de se pensar a Covilhã sem uma maternidade”. Pouco depois de ter descrito algumas das obras de destaque de cariz socialista na região, como a A-23, o Centro Hospitalar da Cova da Beira e a Faculdade de Medicina, o representante do PS referiu que “a maternidade é para ficar”.
Bernardino Gata, do PSD, aproveitou a deixa do socialista e lembrou a manifestação que a autarquia promoveu no passado dia 22 de Abril para fazer ver essa mesma pretensão ao governo. Gata sublinhou a importância que o bloco de partos tem na região “e sem o qual não se pode pensar a continuação das cidades do interior”.
Carlos Pinto, presidente da autarquia covilhanense preferiu recordar que “nunca como agora os poderes autárquicos foram tão atacados”. Nas palavras do presidente da edilidade covilhanense, existe no governo PS “uma cegueira de governação febril” onde a contabilidade e a economia são as chaves do sucesso. Pinto lembrou a necessidade da criação de novas leis de finanças locais, mas sobretudo de um reforço de verbas para as autarquias.

Associações recebem ajuda

Diversas associações culturais e desportivas foram contempladas com apoios por parte da autarquia covilhanense. No final da sessão solene do 25 de Abril, vários ranchos federados do concelho receberam um subsídio anual para as suas actividades, tendo como contrapartidas, a colaboração com a autarquia covilhanense em diversas actividades etno-folclóricas. Também o Sport Clube Estrela da Pousadinha recebeu uma comparticipação para as obras de construção do polidesportivo e a Associação Regional de Progresso do Alto Zêzere (ARPAZ), do Barco recebeu uma comparticipação para a construção de um centro de noite naquela freguesia.