Por Catarina Rodrigues



Na sua visita à Covilhã, o primeiro-ministro foi confrontado com o possível encerramento dos blocos de partos da região

Com palavras de ordem e cartazes erguidos, a Comissão de Utentes do Centro Hospitalar da Cova da Beira aproveitou a vinda de José Sócrates à Covilhã para fazer ouvir a sua voz em defesa das maternidades. À entrada da nova Faculdade de Medicina, inaugurada pelo primeiro-ministro, no dia 30 de Abril, os manifestantes distribuíram panfletos onde classificaram “inaceitável a intenção do Governo PS de considerar o eventual encerramento de Maternidades na Beira Interior”. A Comissão de Utentes considera ainda que “seria dramático que uma região duramente atingida pelo desinvestimento fosse alvo do encerramento de serviços públicos essenciais como as maternidades”.
Questionado sobre o assunto, o primeiro-ministro afirmou ter “esperança” que o Centro Hospitalar da Beira Interior, que agrupa os hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco “saberá entender-se quanto à repartição das valências”. Baseado no critério da qualidade dos serviços prestados, José Sócrates diz estar convencido que “com bom-senso e sem histerismos é possível encontrar uma boa solução” até porque, segundo o primeiro-ministro “são as próprias faculdades de Medicina e a Organização Mundial de Saúde que recomendam que não devem existir maternidades com um número de partos abaixo dos 1500”.
Na cerimónia que decorria no interior da Faculdade o assunto também não foi esquecido. Em relação à rede de saúde existente na Beira Interior, Manuel dos Santos Silva, reitor da UBI, dizia que “nada há que retirar, há sim que acrescentar valências, competências, em resumo, meios humanos e materiais”. Bruno Carneiro, presidente da Associação de Estudantes da UBI, terminou o seu discurso dizendo que para uma cidade como a Covilhã “ficar sem maternidade seria lamentável”. O anfiteatro cheio retribuiu com um forte aplauso.