Faculdade de Ciências da Saúde
Um edifício de hábitos saudáveis

Pensando na saúde e bem-estar de alunos, docentes e corpo auxiliar, o novo pólo das Ciências da Saúde está atento aos maus hábitos sociais. Combater alguns vícios e incentivar para uma cultura ecológica fazem parte dos planos para o novo edifício.


Por Liliana Ferreira

A nova Faculdade de Ciências da Saúde vai ser um edifício ecológico

A recém inaugurada Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI) não pretende apenas ser um espaço moderno pela sua arquitectura funcional. Esta modernidade assenta também numa consciência para a ecologia e saúde. Nestes pressupostos, o Núcleo de Estudantes de Medicina da UBI (MedUBI) organizou, no passado dia 2 de Maio, uma sessão de esclarecimento seguida de debate. A iniciativa, que decorreu no anfiteatro 6.1, teve como principal objectivo “incentivar para um espírito pró-saúde”. Reciclagem e uma política anti-tabágica foram os temas centrais desta sessão.
A Universidade tem um papel acrescido na responsabilidade de formar indivíduos conscientes para um papel social e ambiental cada vez mais interventivo e influente. Para Eduardo Cavaco, docente na FCS, “reciclar, recuperar, reutilizar, reduzir, está nas mãos de todos”. Tendo apresentado, aquando da entrada nesta instituição, um projecto que visava o reaproveitamento de certos materiais com o fim de diminuir os resíduos poluentes, espera agora colocar em prática algumas ideias desse projecto. Uma delas passa pela reciclagem de papel, que reduzirá não só o número de árvores abatidas como os futuros custos ambientais da desflorestação.
O tabaco, como agente causador de inúmeros malefícios para a saúde pública, foi “réu” neste debate. Ana Alice Marques, Ana Rita Oliveira e Teresa Rosa, coordenadoras locais do Departamento de Saúde Pública da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), julgaram e condenaram, em jeito de brincadeira mas falando muito a sério, o tabaco. Sendo este a maior causa de morte evitável no mundo inteiro, foi intenção das jovens alertar mais uma vez para a “necessidade de criar estruturas sociais que possibilitem a mudança de hábitos tão fortemente instituídos, mas que prejudicam gravemente a saúde, não só de quem fuma, como de todos que inevitavelmente acabam por acarretar com semelhantes danos na saúde”.
José Manuel Calheiros, docente da UBI, segue a mesma linha de pensamento. O professor defende que “é necessário exigir o direito a um ar interior de qualidade. Um não fumador não deve em circunstância alguma ser lesado pelos maus vícios alheios”. A solução, como adianta, “encontra-se numa legislação eficiente e actuante não só na teoria como na prática, aliada a uma educação para hábitos saudáveis”.
João Queirós, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, ouviu atentamente as exposições feitas. Moderando o debate que se seguiu, esclareceu os presentes quanto ao que há a fazer para que o novo edifício seja “um exemplo para a restante instituição e modelo para uma consciência mais activa e catalizadora de bons hábitos”. Fez ainda questão de apontar as sugestões dadas pelos docentes e alunos a fim de num futuro próximo criar condições para instituir uma política ecológica na nova faculdade que tem abertura anunciada para o início do próximo ano lectivo.