José Geraldes

Em louvor da Mãe, em louvor da Faculdade de Medicina


1.“Quem tem mãe tem tudo, quem não tem mãe não tem nada”. O provérbio popular traduz com fidelidade e relevância o significado da mãe na vida do ser humano. E, quando mais uma vez se comemora o Dia da Mãe, não lembrar o provérbio seria omissão desprovida de sentido.
A mãe faz parte integrante das nossas vidas. Ela é o “tudo” para nós em qualquer momento da existência. Ela nos conforta nos momentos difíceis. Ela está sempre presente mesmo que fisicamente não esteja ao pé de nós.
A sua simples lembrança ilumina-nos o rosto. Faz-nos sorrir se estamos tristes ou acabrunhados. É como um bálsamo para as agruras do quotidiano.
Por mais dedicada que seja uma esposa, não há mulher que substitua a nossa mãe. Pois é ela que, na expressão do poeta, “nos abre o caminho” mesmo que haja nuvens no horizonte ou tempestades com raios e trovões. A mãe nos educa e nos forma e nos prepara para a incerteza do futuro.
Com a sua experiência e as suas palavras de verdade, a mãe molda-nos o carácter com um amor insubstituível.
Por isso, o Dia da Mãe tinha que existir. Para lhe prestarmos a nossa maior homenagem. E lhe mostrarmos o nosso carinho e afeição. E o amor que lhe dedicamos.
Mas quantas mães são esquecidas! Quantas são exploradas no seu trabalho! Quantas não sentem a recompensa dos seus filhos muitas vezes abandonadas!
Em concreto, as mães vítimas de violência doméstica merecem uma referência especial. Pela injustiça a que são sujeitas. E tortura psicológica a que são votadas.
Falando das mães, englobam-se todas as mulheres que passam por este sofrimento. Daí o aplauso para a última reforma do Código Penal que alarga os crimes de violência doméstica, aprovada no Conselho de Ministros de 27 de Abril.
Com as alterações introduzidas, o agressor é incriminado por qualquer violência exercida sobre alguém com quem vive ou tem uma relação afectiva semelhante à dos conjugues. E basta somente denunciar o caso à Polícia.
Assim se dá a todas as mulheres a oportunidade de defesa da sua dignidade. E surge como uma prenda para o Dia da Mãe. Dia da verdade das nossas vidas. Como escreveu Almada Negreiros, “quando, mãe, passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade”.
2. A inauguração da Faculdade das Ciências da Saúde consolida a UBI e abre novas perspectivas para o futuro da Região. É também um passo importante para que o Interior não fique tão afastado do desenvolvimento do Litoral. Como acentuou o primeiro-ministro José Sócrates, “a Faculdade de Medicina da UBI é uma história de sucesso como poucas”. E de sublinhar “que está criado um pólo de conhecimento muito importante para o desenvolvimento do Interior e para a fixação de médicos”.
O Reitor Santos Silva focou a aposta na inovação mas, agora, falam os números do orçamento: “O orçamento anual tem descido, ao contrário das universidades dos grandes centros urbanos. É imprescindível um reforço adequado para a UBI, o que não acontece há quatro anos”.
E, depois, é preciso encontrar cinco milhões de euros para os equipamentos necessários e Centro de Investigação.
Ora não pode haver critérios diferentes para as universidades dos grandes centros urbanos e para o Interior. Nem dois pesos nem duas medidas.
E a discriminação positiva tem a sua justificação no desenvolvimento equilibrado do País.