Os trabalhos decorreram no anfiteatro das Sessões Solenes
Jornadas da Juventude
Novas políticas desenhadas na UBI

Perguntar aos jovens quais as suas preocupações e abrir o debate sobre o futuro são alguns dos pontos que o Programa Nacional da Juventude espera alcançar. A UBI acolheu o último de três dias de debates que tiveram lugar na região e aqui foram apresentadas algumas novidades a implementar.


Por Eduardo Alves


Uma série de jornadas de juventude e seminários de abrangência distrital estão a decorrer em todo o País, até Outubro próximo. No passado fim-de-semana foi a vez da região de Castelo Branco acolher cerca de uma centena de jovens e dar início a debates e palestras sobre os problemas que hoje, os mais novos, enfrentam e as soluções que estão ao seu dispor.
O seminário realizado no anfiteatro das Sessões Solenes, no passado sábado, 13 de Maio, encerrou três dias de trabalho onde se olhou para a emancipação jovem, para o emprego, a formação profissional e o empreendedorismo. Nesta fase final do evento marcaram presença Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alzira Serrasqueiro, Governadora Civil de Castelo Branco, Alexandre Rosa, vice-presidente do Instituto de Emprego e Formação profissional, Carvalho da Silva, da CGTP, João Proença da UGT, Manuel Santos Silva, reitor da UBI, Bruno Carneiro, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior, os delegados regionais da Guarda e Castelo Branco, do Instituto Português da Juventude e diversos docentes e investigadores da UBI.
Nesta iniciativa “desenham-se as políticas de juventude para o próximo Quadro Comunitário de Apoio que está estruturado entre 2007 e 2013” , faz questão de referir Laurentino Dias. O responsável governamental adianta ainda que estas jornadas, a decorrer em todo o País, até Outubro, “vão também servir para produzir um guião de juventude”. Documento que deve integrar “os temas debatidos pelos jovens e os problemas apontados por estes”.
Mas a jornada que teve lugar na UBI fica já marcada “pela criação de uma estrutura de apoio na área do aconselhamento vocacional”. O secretário de Estado anunciou, no final dos trabalhos, que “esta estrutura será criada, a breve trecho, e surge no sentido de colmatar uma lacuna existente a este nível”. Depois de ouvir os jovens, Laurentino Dias, aposta agora “numa rede de aconselhamento que consiga orientar os jovens paras as suas profissões”. Este responsável governamental espera que a estrutura seja criada em parceria com o Instituto Português da juventude e sirva de suporte às decisões dos estudantes que querem entrar no mercado de trabalho. Para Laurentino Dias, este tipo de estrutura vai também servir “como um interface entre as escolas e as universidades e as empresas”.



Emprego é a principal preocupação

De entre os temas debatidos, o emprego foi o mais abordado

Ao longo da jornada de trabalho, um dos principais temas em discussão foi o do emprego. O tema parece ser prioritário para os jovens que estão agora a ingressar no mercado de trabalho ou que se encontram desempregados.
Pires Manso, docente do Departamento de Gestão e Economia da UBI e Maria João Simões do Centro de Estudos Sociais desta mesma instituição abriram a mesa sobre “Saídas Profissionais: perspectivas futuras”.
Uma palestra onde também marcou presença Alexandre Rosa, vice-presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Da intervenção deste responsável, destaque para o facto de que em 2005, cerca de 15 mil jovens beneficiaram de estágios profissionais, de entre os quais “cerca de 14 mil continuou ligado à empresa, depois de terminado o seu estágio”. Números avançados pelo representante do IEFP que defende a aposta na formação para combater o aumento das taxas de desemprego.
Também sobre tema falaram os representantes das duas principais centrais sindicais do país. Carvalho da Silva, da CGTP, proferiu a sua intervenção num tom bastante diferente do utilizado por Alexandre Rosa. Segundo o responsável sindical, no que toca à formação e aos programas de apoio aos jovens, “estes são de tal forma burocráticos que existem alguns em sobreposição”. Um cenário que “o jovem desempregado enfrenta no quotidiano”. Para alterar o sentido a esta marcha, “há que ajudar os jovens desempregados de outras formas”. Até porque, no entender de Carvalho da Silva, “não se está desempregado por vontade própria, nem é sozinho que o jovem se vai desenvencilhar”. Este dirigente sindical acabou por terminar a sua intervenção lembrando que a estabilidade no emprego também deverá ser uma realidade. Tema escolhido por João Proença que na sua intervenção lembrou que “este foi um dos pontos alcançados pelos trabalhadores”. A crescente onde de privatizações e liberalizações dos serviços “tem vindo a fazer passar a mensagem de quer o emprego estável é para desaparecer”. Este dirigente da UGT lembrou aos jovens para lutarem em sentido contrário a esta indicação.
Este programa Nacional de Juventude vai estender-se agora a outras regiões do País e decorrerá até Outubro com a realização de vários seminários e palestras que abordam as questões juvenis. Os responsáveis nacionais e locais pela Secretaria de Estado da Juventude e Desporto e pelo IPJ esperam que as conclusões retiradas desta acção sirvam de base às políticas governamentais para esta área.