As parcerias sociais estiveram em análise no pólo IV da UBI
CES lança debate
Entrelaçar parcerias

No passado dia 16 de Maio, o UBI-CES promoveu “Entrelaçar”, um seminário destinado ao debate sobre a importância dos trabalhos em parceria. No anfiteatro Pd. Videira Pires, Isabel Guerra, Alcides Monteiro e Amélia Augusto foram os oradores desta temática. O encontro foi mais uma das actividades que o centro tem vindo a promover, no âmbito do projecto “Inserções”.


Por Helena Mafra


O Centro de Estudos da UBI lançou um novo desafio para as mesas de debate. Desta vez, estiveram em discussão as vantagens, problemas e oportunidades do trabalho em parceria. O seminário intitulou-se “ENTRELAÇAR – Parcerias e Desenvolvimento Sócio-comunitário”.
Na sociedade actual, é cada vez mais difícil para uma entidade controlar a acção colectiva. “Uma situação que pode ser revertida, apostando nas competências técnicas e inovações políticas de um trabalho em parceria”, defendeu Isabel Guerra, professora do ISCTE. Para que isso aconteça, a docente lança um desafio: “Que as entidades deixem de agir no mediatismo que as caracteriza, empenhando-se na organização de políticas integradas”.
Investigador do CES-UBI, entidade promotora desta iniciativa, coube a Alcides Monteiro fazer um balanço crítico da experiência das parcerias no contexto das redes sociais. O docente da Ubi falou do caso concreto de um núcleo executivo. “Durante algum tempo, este núcleo tinha dificuldade em perceber onde estava a origem dos obstáculos que o grupo ia sentindo”, disse. Neste sentido, o CES-UBI interviu e fez uma avaliação crítica. No final, o balanço foi positivo. “Mas cada caso é um caso e não pode ser generalizado”, realçou Alcides Monteiro.
A perspectiva dos parceiros também é importante no contexto das parcerias. Para melhor transmitir esta realidade, a professora Amélia Augusto baseou-se num questionário realizado pelo Centro de Estudos. E concluiu que a maior parte das organizações têm noções diferentes de parceria, seja com o sentido de improvisar soluções, como estabelecimento de boas relações, ou simplesmente de atender às reuniões marcadas. “Muitos dos problemas das parcerias situam-se no âmago do próprio conceito”, afirmou a investigadora. A própria heterogeneidade das organizações tende a ser causa desta problemática. “A falta de cultura da parceria é um factor que anula a iniciativa”. Quase todos os inquiridos concordaram que ainda há um longo caminho a percorrer, e muitos problemas por resolver. O cruzamento de informação e recursos, assim como a confiança e transparência, são vantagens que só o trabalho com parceiros pode aproveitar.
Este seminário foi uma das muitas actividades previstas no “Inserções”, projecto promovido pelo CES-UBI, iniciado em 2005 e com final previsto para 2007. A entidade financiadora foi o Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS). O projecto centra-se em quatro concelhos da Beira Interior (Covilhã, Castelo Branco, Seia e Guarda) e promove o desenvolvimento social através da acção, o que permite conhecer a realidade dos públicos excluídos e/ou vulneráveis à exclusão.