Risco a sul do concelho
António Covita alerta para incêndios

Em zonas como São Jorge da Beira, Aldeia de São Francisco de Assis e Barroca Grande, existe matéria combustível pelo meio das matas, o que aumenta o risco de incêndio.


NC/Urbi et Orbi

A zona Sul do concelho da Covilhã é a que mais riscos de incêndio apresenta

Quatro mil hectares. Foi o total de terreno reflorestado pela Associação de Produtores Florestais do Paul. “Só em cerejeiras, este ano, plantámos 60 mil e 50 mil sobreiros”, diz António Covita, presidente do organismo. E se considera que o trabalho desenvolvido pela equipa que coordena previne os incêndios, salienta que há locais onde um fogo florestal pode ter graves consequências.
Zonas em localidades como São Jorge da Beira, Aldeia de São Francisco de Assis e Barroca Grande, até Casegas são, segundo António Covita, locais com muitas áreas não limpas, com muita matéria combustível pelo meio. O que torna as zonas mais críticas, onde o risco de incêndio gera preocupação.
Fausto Batista, presidente da Junta de Freguesia de São Jorge da Beira, diz que este alerta não é novidade, já que é um assunto que há muito o preocupa. As piores zonas, explica, ficam junto à anexa de Cambões, entre a ribeira de Porfim e a povoação e na entrada da Panasqueira. “Os pinhos têm dono e a Junta não tem condições nem meios para resolver o assunto. Estamos fartos de chamar a atenção dos proprietários, com ofícios que colocamos nas vitrinas. O que me dizem é que os proprietários nem sequer cá habitam. Alguns estão no estrangeiro”, acentua. “Foram abertos alguns caminhos, mas não o suficiente para se combater um incêndio. Nós vamos intervindo conforme podemos. Fizemos mais de 30 quilómetros de caminhos florestais que já dão um bom acesso, mas com isso não evitamos incêndios. A solução terá de passar por uma gestão florestal em condições”, frisa António Covita.
No entanto, sublinha, o programa Life, que teve um financiamento de 1 milhão e 244 mil euros, termina em Setembro e está-se também a chegar ao final do actual Quadro Comunitário de Apoio. “O investimento na floresta não tem rentabilidade imediata, demora 30 ou 40 anos a ter lucro. Se não houver apoios estatais, ninguém arranja nada”, alerta.
No caso da associação a que preside, salienta que cumpriu todos os objectivos a que se propuseram no âmbito do programa Life. Mas ainda não sabe se poderá ser entregue nova candidatura. E lembra que nos locais onde actuaram é mais difícil alastrar um incêndio.
A área de intervenção da Associação de Produtores Florestais do Paul é o sul do concelho da Covilhã e os concelhos limítrofes. O Paul, São Jorge da Beira, Aldeia de São Francisco de Assis, Barco e Casegas, do concelho da Covilhã e Silvares, Lavacolhos, Souto da Casa e Janeiro de Cima, no concelho do Fundão, são as freguesias onde foi feita a reflorestação, em que se apostou em folhosas.