O secretário-geral do PCP veio até à Covilhã visitar o CHCB
Contra a destruição dos serviços públicos
Jerónimo de Sousa visita CHCB

O secretário-geral do PCP veio à Covilhã e defendeu numa acção de esclarecimento que devem manter-se os blocos de partos da Guarda, Covilhã e Castelo Branco. João Gomes, director clínico do CHCB, considera legítimos os protestos públicos e disse não estar ainda nada decidido quanto ao encerramento da maternidade.


Por Cátia Felício


Jerónimo de Sousa esteve dia 23 de Maio na Covilhã para uma acção de esclarecimento sobre a maternidade. O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) reuniu-se com a Administração, os representantes dos trabalhadores e a Comissão de Utentes do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB).
A decisão de fechar os blocos de partos dos hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco está dependente do futuro Conselho de Administração do agrupamento de hospitais da Beira Interior, que congregará as três unidades de saúde. A medida foi anunciada pelo Governo e, de acordo com Jerónimo de Sousa, é possível manter as três valências recorrendo a mais profissionais.
A iniciativa decorreu no âmbito da Jornada Nacional de Informação e Esclarecimento “Contra a destruição dos serviços públicos”. Na visita ao distrito de Castelo Branco, o secretário-geral do PCP disse que qualquer governo deve ter como primeira preocupação as populações do interior.
João Gomes, director clínico do Hospital da Covilhã, disse não dispor ainda de informação que permita decidir o encerramento de qualquer maternidade na Beira Interior. “Tanto quanto sei, o senhor ministro da saúde disse que ia criar uma comissão para estudar a Beira Interior: onde estão as grávidas, quanto tempo demoram, qual é a alternativa que têm”. Enquanto não há dados concretos, João Gomes adiantou que “até lá vamos mantendo as três maternidades”.
O director clínico aplaudiu os protestos públicos que se têm realizado a favor das maternidades. "Acho bem estas acções, para que se veja que no interior não há só pedras e pinheiros. Há gente, e gente que se preocupa". Salientando que o fecho da maternidade afectará não só a população, mas prejudicará também a economia do interior, refere ainda que deve haver uma reorganização dos recursos humanos. E explicou que uma das alternativas é trazer médicos do litoral para o interior, colmatando assim a falta de recursos humanos na região.
Jerónimo de Sousa manifestou-se contra a destruição dos serviços públicos e disse que a medida de encerrar a maternidade é inaceitável. Acrescentou que o encerramento da maternidade do CHCB trará consequências na desertificação e na qualidade de vida das populações da região.
O porta-voz do partido comunista criticou também o desempenho de José Sócrates por transferir para as administrações dos hospitais da Beira Interior a decisão sobre o fecho de maternidades na região. Nesta medida, Jerónimo compara Sócrates a Pilatos por "sacudir" decisão sobre fecho de maternidades na Beira Interior. “Passa a ser mais Pilatos que Sócrates” disse.