Biomassa
Produtores florestais
estudam melhores espécies


A Associação de Produtores Florestais da Beira Interior (AFLOBEI) vai estudar quais as melhores espécies para produção de energia a partir dos resíduos florestais (biomassa), através da comparação de plantas diferentes.


NC/Urbi et Orbi

As energias renováveis estão a conquistar cada vez mais mercado, segundo os produtores florestais

"O objectivo é tentar encontrar e definir as melhores plantas para produção de biomassa" afirma à Agência Lusa João Caldeira, secretário-geral da AFLOBEI. O projecto passa pela realização de ensaios em culturas bioenergéticas - culturas dedicadas à produção de biomassa - através da comparação de duas espécies florestais, o choupo e o salgueiro. O estudo terá a duração de três anos e irá decorrer na região de Castelo Branco, em três densidades de plantação. Envolve a AFLOBEI, a Associação de Produtores de Tabaco e a Junta de Castilla y Leon (Espanha), parceria que, segundo João Caldeira, resulta de contactos desenvolvidos com aquelas entidades.
"Mostraram interesse em participar", afirma, aludindo à candidatura apresentada ao programa comunitário INTERREG III, ao abrigo do qual o projecto - avaliado em cerca de 150 mil euros - irá ser desenvolvido.
Outro projecto a desenvolver pela AFLOBEI pretende fazer um levantamento da quantidade de biomassa florestal existente na região da Beira Baixa. "Temos alguma ideia, nomeadamente após os incêndios que atingiram a região, mas temos de confirmar os dados" justifica João Caldeira sem, contundo, adiantar números. Para além da determinação da quantidade de matéria-prima, a investigação abordará quais as melhores tecnologias para produzir energia a partir da biomassa.
No projecto, candidato ao Fundo Florestal Permanente, participam a Escola Superior Agrária de Castelo Branco e a Universidade da Beira Interior. Está orçado em cerca de 130 mil euros e decorrerá durante dois anos.
No distrito de Castelo Branco funciona uma das duas únicas centrais termoeléctricas a biomassa florestal em Portugal, a Centroliva, que produz cerca de 3 megawatts de energia e pretende aumentar a capacidade de produção. O governo lançou, no início do ano, um concurso para a produção de mais 100 megawatts de energia eléctrica a partir da biomassa.