Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
A minha UBI: inesquecível e marcante!
Helder Rosendo · quarta, 27 de abril de 2011 ·
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21911 visitas A minha UBI data de Setembro 1988 e era seguramente diferente da UBI de hoje. Não necessariamente melhor, nem pior, mas diferente. Olhando para trás creio haver três características essenciais da UBI daqueles tempos, que moldaram o carácter e a maneira de ser e estar dos profissionais que ali construíram os pilares da sua formação. A primeira era uma certa multiculturalidade resultante da multiplicidade de regiões que convergiam na Covilhã, através do significativo número de alunos (verdadeiros embaixadores) que chegavam à Beira Interior, oriundos não apenas do próprio país! Quem imaginasse que a UBI seria uma Universidade Regional, maioritariamente frequentada pelos jovens das Beiras…desengane-se! Só por experiência própria se pode constatar a riqueza que resulta da partilha de casa e de vida académica entre um Algarvio, um Transmontano e três Estarrejenses…para não falar na experiência de ter um Madeirense como Presidente da Associação Académica, fenómeno só possível numa Academia já na altura muito rica, em todos os sentidos. Este “patchwork” de costumes, hábitos, estilos, sotaques e tradições estava muito presente na UBI daqueles tempos e permitiu a muitos conhecer todo o país, dias após chegar à Covilhã, por ventura sem sequer sair do quarto da residência académica onde se instalavam. Outra característica que se alterou bastante desde o final da década de 80, ainda que por razões evidentemente positivas associadas à expansão e desenvolvimento da Universidade, era a inquestionável predominância referencial do edifício da Real Fábrica dos Panos (na altura único pólo) agora identificado como pólo I. Tudo naquele tempo se desenvolvia à volta da parada, sita naquela ala! A reprografia, a Associação de Estudantes (AEUBI na altura), mesmo por cima do único e recém-inaugurado Bar, passava-se pela Reitoria nos trajectos diários, tinha ali início a Latada! Por um lado esta concentração espacial tornava a Universidade um lugar fácil e apetecível e, por outro lado, esta constante partilha de espaços, fomentava um convívio e uma proximidade enorme entre a totalidade dos alunos, o que permitiu desenvolver um espírito muito forte de abertura de espírito e de camaradagem, que hoje muito facilmente se reconhece nos profissionais que passaram pela Universidade da Beira Interior. Esta segunda característica está evidentemente associada ao facto de na altura a UBI ser uma Universidade jovem e concomitantemente em franco desenvolvimento, a partir deste núcleo central instalado no edifício da Av. Marquês D’Ávila e Bolama, facto este associado à terceira característica da UBI daquele tempo: A dinâmica de iniciativa. Esta mesma condição de “Jovem” Universidade, permitiu que naquela altura florescessem inúmeros projectos nos mais variados domínios, que viriam a contribuir decisivamente para que esta Universidade se afirmasse no panorama do Ensino Universitário Nacional, também pela via das actividades de carácter marcadamente associativo. Foi nessa altura que surgiram projectos como o Cineclube Universitário ou as Tunas Académicas e que a Recepção ao Caloiro ganhou fama e reputação noutras Academias. Foi também nesse tempo que se lançaram as bases da organização da actividade na área do desporto e que permitiu à AAUBI a conquista de vários títulos noutras tantas modalidades. Foi nesse tempo que surgiram vários núcleos de cursos e grupos/associações de alunos com interesses comuns, dispostos a criar algo que perdurasse para além do curso…. Era um tempo fértil para a iniciativa que os alunos daquele tempo não renegaram e que acredito também hoje se manifeste em fenómenos tão actuais como o empreendedorismo e a iniciativa empresarial. Enfim, na essência, a UBI daqueles tempos é a UBI destes tempos, que agora completa 25 anos, com ambições renovadas e seguramente com grandes desafios pela frente! Tal como a de todos os outros, a minha UBI é inesquecível e marcante! |