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O livro que estou a terminar é um trabalho amadurecido ao longo de muitos anos

“O segundo ciclo deve estar intimamente ligado à investigação”

Responsável pelo Observatório da Ciência e do Ensino Superior no governo de Durão Barroso, Jorge Barata defende que o Ensino Superior deve estar directamente ligado à investigação. O que está mal, o que pode ser mudado e as alterações prometidas por Bolonha são temas abordados nesta entrevista.

> Eduardo Alves
> Catarina Rodrigues

Urbi@Orbi – O professor tem neste momento uma licença sabática. Qual a investigação que está a desenvolver?
Jorge Barata –
[Ouvir resposta] A licença sabática de um ano tinha como principal objectivo terminar um livro que está na forma final há muitos anos. O livro é um documento cuja primeira versão nasceu em 1991, já vai fazer 15 anos e vai na linha de uma documentação que o professor Almeida e Castro, do Instituto Superior Técnico (IST) tinha preparado para os alunos de motores dessa instituição. Entretanto ele reformou-se e eu fiquei ainda a leccionar a disciplina, antes de vir para a Beira Interior. Fiz uma segunda edição, em 1992, e essa versão que é o tal documento que eu penso passar para a forma de livro continuou a ser usado no Técnico até há dois anos. Agora houve a edição de um livro de um colega meu, o que fez com que o meu perdesse a vantagem e por isso ganhei mais ânimo para fazer o livro (risos).
Este é um trabalho amadurecido ao longo de muitos anos e fruto de muita experiência, tanto minha como do professor Almeida e Castro e por isso acho que é a altura de o editar. Tudo aponta para que seja cá na Beira Interior, nos Serviços Gráficos da UBI.
Este ano, tenho também ajudado o Departamento na adequação de Engenharia Aeronáutica a Bolonha.

U@O – Foi director do Observatório da Ciência e Ensino Superior, empossado no mandato de Pedro Lynce. Como foi essa experiência?
J. B. –
[Ouvir resposta] Aprendi muito, aprendi como eram os meios políticos e de uma maneira geral gostei bastante. Também aprendi que nem sempre a eficácia dos cargos públicos depende só de nós e por vezes dos nossos superiores. Devo dizer que fui para Lisboa convidado pelo professor Pedro Lynce para pôr de pé uma coisa que já há muitos anos as pessoas que investigam na área das políticas do Ensino Superior acham que é uma grande lacuna de Portugal, que é o facto de não existir um sistema de base de dados com toda a informação do sistema de Ensino Superior, incluindo o público e o privado.
Comecei, de imediato, a trabalhar nisso. Dei muita importância à parte do ensino superior, porque era o que me permitiria fazer esse sistema de informação, mas ao contrário de algumas críticas que chegaram a ser formuladas na altura, nunca deixei de parte a informação estatística da ciência e da tecnologia.

U@O – Era uma base de dados ambiciosa?
J. B. –
[Ouvir respostaEra muito ambiciosa, até porque o sistema de informação começou a ser elaborado em várias fases. Por exemplo, os alunos que quisessem aceder ao Ensino Superior poderiam fazer perguntas complexas ao sistema de informação, como: “Quero ir para uma universidade em que o curso existe há cinco anos, que tem um grau de empregabilidade de 30 por cento, a nota de acesso está entre um valor e outro e os professores produzem um artigo científico por ano”. A possibilidade de fazer interrogações deste género seria algo inovador em Portugal, mas isso não foi feito.

“O projecto para o Observatório era muito ambicioso e seria muito importante para Portugal”

“Neste momento, todo o dossier de reformulação do curso está concluído”

“Devemos realçar toda a formação que damos a nível da gestão aeronáutica”

Perfil de Jorge Barata



"O livro que estou a terminar é um trabalho amadurecido ao longo de muitos anos"


Data de publicação: 2006-07-04 00:00:34
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