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Investigações com calculadora gráfica
A calculadora gráfica e o seu potencial na exploração de tarefas. Estes são alguns dos pontos focados na prova de mestrado “Investigações matemáticas no estudo das funções – uma experiência com alunos do 11º ano”.
> Cátia FelícioOs significados matemáticos e a exploração de tarefas com a calculadora gráfica foram investigados durante um ano por Olga Rechestre. Deste estudo com alunos do 11º ano nasceu a tese de mestrado “Investigações matemáticas no estudo das funções – uma experiência com alunos do 11º ano”. A prova de mestrado decorreu Sexta-Feira à tarde, dia 30.
A licenciada na área da matemática seleccionou e preparou tarefas matemáticas com alunos do 11º ano. Durante as aulas, Olga Rechestre foi observando os alunos e a si mesma, no papel de professora. No final de cada aula tomava notas sobre o que se tinha passado. Esses apontamentos serviram de base para o trabalho final. “Em relação à aprendizagem dos alunos, podemos dizer que ficaram mais autónomos e críticos", conclui.
Na tese de mestrado aborda ainda as dificuldades sentidas pelos alunos e professores. “Os resultados foram avaliados tendo em conta o papel dos professores e dos alunos”. As conclusões apresentadas, explica Olga Rechestre, tiveram em conta as tarefas de investigação e integração curricular.
O júri da prova foi constituído por José Manuel Matos, professor auxiliar da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, António Jorge Bento e Manuel Félix da Silva, ambos professores na UBI.
José Matos, membro do júri, classifica a tese de "leitura fácil". Frisando que a tese reflete sobre um problema actual, diz que “precisamos de mais investigações deste género”.
Na avaliação da prova de mestrado de Olga Rechestre, o arguente questiona o papel do professor reflexivo. “Será que um professor só é reflexivo quando integra a investigação?". Salienta ainda que a questão do currículo matemático devia ser mais aprofundada na tese apresentada. E discorda de Olga Rechestre dizendo que o ensino e o currículo matemático mudaram muito nos últimos 50 anos. “Na ausência de estudos históricos, peço alguma contenção”, disse o arguente à licenciada.
No final da apreciação da prova, José Matos questionou a candidata sobre a aplicação destas investigações. “Será que estas investigações permitem resolver todos os problemas matemáticos?”. Olga Rechestre respondeu que acredita que sim, que pensa poderem ser aplicadas a todos os problemas do ensino da matemática.
A prova foi aprovada com a classificação de muito bom.
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