Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 343 de 2006-08-29 |
Incêndio da Argemela consumiu 600 hectares
Mais de 600 hectares ardidos, entre pinhal, mato, e terreno de cultivo, é o balanço do maior incêndio registado na região este Verão. O fogo deflagrou na freguesia do Barco, na Covilhã, na passada semana, e só foi travado à entrada do concelho do Fundão.
> Notícias da CovilhãAo combate às chamas estiveram quase 230 bombeiros, auxiliados por 61 viaturas – incluindo cinco máquinas de rasto – e 11 aeronaves. A dimensão do incêndio obrigou ainda a Protecção Civil a recorrer à ajuda de dois grupos de bombeiros de Santarém e um de Portalegre.
O fogo terá deflagrado, segundo informação do Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Castelo Branco, por volta das 13h20 nos arredores da freguesia do Barco. O vento forte que se sentia na altura acabou por fazer “a vida negra” aos “soldados da paz” já que acabou por dividir o incêndio em duas frentes, uma das quais “galgou” a encosta da Serra da Argemela e desceu até ao Freixial e ao Telhado. Pelo meio, reduziu a cinzas três palheiros e vários terrenos de cultivo. Mas onde poderia fazer estragos mais dramáticos era na própria freguesia do Telhado, onde várias habitações chegaram a estar ameaçadas pelas chamas.
Embora não seja considerado um “incêndio de grandes dimensões”, os 600 hectares ardidos fazem do fogo da última terça-feira, o maior visto este ano no distrito.
Desde o início do ano e até 15 de Agosto, arderam na Beira Interior 1758 hectares entre mato e povoamentos. Os números são apontados no relatório provisório do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, que refere ainda 1004 ocorrências às quais os bombeiros da região foram obrigados a assistir.
O distrito da Guarda foi o mais afectado com cerca de 1390 hectares ardidos – 993 em mato e 397 em povoamentos. Num total de 582 ocorrências, registaram-se no distrito 130 incêndios e 452 fogachos (fogos que consumiram menos de um hectare). Em Castelo Branco arderam 368 hectares – 68 em mato e 300 em povoamentos – na sequência de 68 incêndios e 354 fogachos. A este número ainda não tinham sido, porém, adicionados os cerca de 600 hectares do incêndio de dia 15, que lavrou entre as freguesias do Barco e do Telhado, nos concelhos da Covilhã e Fundão, respectivamente.
Num ano em que o número de incêndios, e a área ardida, volta a assustar as autoridades, os dois distritos que compõem a Beira Interior, até tem sido dos menos fustigados. No País lavraram desde o início do ano 2402 incêndios num total de 19195 ocorrências. O segundo maior índice dos últimos cinco anos, só batido pelas 24133 ocorrências do ano passado. Ainda assim, no que toca a área ardida, o índice provisório apurado (pouco mais de 33 hectares ardidos) é o mais baixo desde 2001.
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