Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 343 de 2006-08-29 |
A metamorfose do tempo
A nova peça da Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA) vai subir ao palco já no próximo dia 18 de Setembro. Lorena Brescoe, encenadora deste novo trabalho, avança ao Urbi, o trabalho do grupo covilhanense.
> Eduardo AlvesÉ a segunda encenação que esta argentina faz na Covilhã. Lorena Brescoe diz-se atraída “pelas fortes energias criativas que estão presentes na cidade”. Uma localidade onde as montanhas e as paisagens também contribuem para que consiga “criar novos movimentos” e novas formas de actuar.
O resultado de toda esta energia está a ser canalizado para o novo trabalho da ASTA. A peça estreia-se no próximo dia 18 de Setembro em Castelo Branco, no auditório do Instituto Português da Juventude (IPJ) e vai estar, a partir do dia 23 de Setembro, no Teatro-Cine da Covilhã.
Datas, dias, horas e outras tantas formas que servem para marcar o tempo. Todo o mundo gira ao ritmo de um determinado tempo, sem que na maior parte das vezes percamos tempo a pensar nisso mesmo, no tempo. Ora, foi com base neste pensamento que a ASTA decidiu partir para o seu trabalho. “Fora de Tempo” é o nome da peça que vai pensar “na nossa definição de tempo e como o vemos passar por nós”, explica Lorena. Para tal, esta nova performance que conta com Mário Gomes, Natalie Naveda e Sérgio Novo como actores, “resulta de uma investigação teórica sobre a forma de ver e sentir o tempo”, adianta a encenadora. Um trabalho que conta ainda com a participação de Miguel Furtado como videoartista, Carmo Teixeira, como intérprete musical e Rui Pires como assistente de encenação.
Um dos objectivos que o grupo pretende com esta performance “é fazer pensar na nossa definição própria de tempo e como vemos passar este por nós”. A ligação entre as diversas formas de passagem do tempo é feita “através de pequenas poesias islandesas do século passado”. Poemas que explicam coisas de forma metafórica, não pela sua forma, mas pelo seu uso. O que se vai ver são diferentes visões de como passa ou não o tempo, garantem os responsáveis.
Rui Pires, assistente de encenação e um dos membros da ASTA fala também sobre a situação actual da associação. Pires lembra que continuam "a faltar apoios para a arte", e lembra também que “é cada vez mais complicado manter uma estrutura destas funcionar”. Um dos pontos que maior crítica merece por parte deste membro da ASTA é o impasse que se vive em relação à atribuição do estatuto de utilidade pública à associação artística. Segundo Pires, “o parecer da Câmara da Covilhã ainda não foi dado”, nem a associação foi informada oficialmente sobre o processo.
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