Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 368 de 2007-02-20 |
População quer fim das passagens de nível
Após a morte, na passada semana, de um homem, um grupo de residentes pediu, em carta, que a REFER acabe com todas as passagens de nível sem guarda por onde têm de circular diariamente.
> Notícias da CovilhãUm grupo de residentes no Fundão pediu na passada semana, em carta dirigida ao presidente da REFER que sejam suprimidas as passagens de nível sem guarda por onde têm que circular diariamente. A carta subscrita por 20 famílias surge na sequência de um acidente ocorrido no último dia 1, na passagem de nível sem guarda da Gramenesa, em que uma automotora abalroou um automóvel e matou o condutor, um empresário de 75 anos.
"Há muito que os fundanenses, cujo acesso às suas residências se faz transpondo passagens de nível sem guarda, vêm reclamando junto das entidades competentes para que aquelas sejam suprimidas", sublinha a carta.
Em Fevereiro de 2005, foi assinado um protocolo entre a Câmara e a REFER que previa a supressão de cerca de uma dezena de passagens de nível, ao longo dos cinco quilómetros de linha férrea, que delimitam a zona urbana da cidade entre a Quinta da Areeira e Donas. Na altura, foi anunciado um investimento em passagens desniveladas e acessos que rondava os 15 milhões de euros, mas as obras nunca chegaram a avançar.
"É com profunda tristeza e revolta que vimos comprovando que o novo Governo da República, entretanto empossado, não dá cumprimento ao dito protocolo", lamentam os moradores, no documento. Os residentes que subscrevem a carta realçam que a vítima mortal do acidente na última semana sabia "os horários dos comboios, era prudente ao transpor a via-férrea e conhecia o local há mais de 30 anos". "Uma fracção de segundo foi o suficiente para lhe ceifar a vida. Também esse dia chegará para nós, a manter-se esta situação", concluem, responsabilizando o Governo e a REFER pela situação, enquanto as passagens de nível não forem suprimidas.
Já na última semana, o delegado municipal da protecção civil do Fundão tinha apelado à REFER para que avançasse com o protocolo assinado há dois anos com a Câmara local, para substituição das passagens de nível junto à cidade."À excepção de uma passagem desnivelada" construída junto a uma grande superfície da cidade, "o protocolo não tem passado do papel", refere Pedro Ribeiro. "O protocolo previa o fim das passagens de nível existentes no limite da zona urbana da cidade. Mas foi assinado com a antiga administração, que entretanto mudou", explica aquele responsável da autarquia.
Depois do acidente, Pedro Ribeiro refere que "a pressão vai ser feita sem tréguas" por parte do município para que os trabalhos sejam retomados.
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