Académico celebra 53 anos de vida

Os festejos arrancaram na última semana, e prolongar-se-ão até ao dia 23 de Junho com o tradicional Jantar de Aniversário na sede social do Académico dos Penedos Altos. Pelo meio haverá vários torneios vocacionados sobretudo para os sócios de uma Colectividade histórica da cidade da Covilhã.

“O associativismo regional atravessa uma encruzilhada que não se sabe como terminará, e se ninguém fizer nada esta é uma realidade que acabará por morrer”. Foi desta forma que Carlos Silva, presidente da direcção do Académico dos Penedos Altos, se dirigiu aos representantes das mais de 20 colectividades regionais que participaram na X Tertúlia Academista, este ano subordinada ao tema “Associativismo, Dinâmica e Solidariedade”. A iniciativa marcou o início das comemorações dos 53 anos de vida da colectividade e procurou unir esforços no sentido de encontrar soluções para a actual conjuntura do associativismo da região.
Segundo Paulo Rosa, adjunto do presidente da autarquia covilhanense, “o associativismo vive uma conjuntura muito difícil, já que a Câmara não pode ajudar tanto quanto gostaria, e o Governo não se mostra disponível para apoiar mais as colectividades”. Paulo Rosa sublinhou ainda que “quando não há dinheiro para apoiar devidamente as associações, cria-se um problema estrutural que nunca mais tem fim e, por isso, é necessário que as colectividades sejam solidárias umas com as outras, porque só assim o associativismo tem viabilidade”. A solidariedade, ou a falta dela, foi uma das questões mais polémicas da X Tertúlia Academista, facto que levou Carlos Silva a considerar que “na actualidade não existe solidariedade e isso nota-se, por exemplo, na ausência de algumas das colectividades mais emblemáticas da cidade neste encontro”. O presidente da direcção do Académico dos Penedos Altos considera que “enquanto cada um só se preocupar com os seus quintais, com quintais que de resto são de todos, não pode haver solidariedade no associativismo”.
Já Joaquim Matias, vereador do concelho, acredita que “o segredo para o sucesso está em saber gerir os pormenores orçamentais para que, no final do mês, as contas batam certo e a sustentabilidade seja um ponto de ordem”. Joaquim Matias deixou, ainda, o repto para que surja “um compêndio que retrate o antes, o durante e o depois da vida do associativismo para que se possa fazer um balanço e projectar o futuro das colectividades”, sublinhou. A X Tertúlia Academista contou, também, com a participação de Miguel Nascimento, delegado do Instituto Português da Juventude (IPJ), que sublinhou o facto de “existirem inúmeros fundos do IPJ por aproveitar e as colectividades não o fazem por falta de dinâmica planeamento”. Miguel Nascimento reiterou que o IPJ está disponível para ajudar o associativismo desde que haja dinâmica, planeamento e cooperação estratégica.