Sinagoga na Covilhã e hebraico na UBI

O director do Instituto para o Treino de Rabbis e Educadores da Diáspora, sedeado em Israel, esteve na Covilhã para conhecer os projectos em curso que visam a instalação de uma sinagoga na Covilhã e de um curso de língua hebraica no Centro de Estudos Judaicos da UBI. O grupo de membros passou pela UBI e pela Câmara Municipal e mostrou-se confiante no futuro.

Criar um ponto de ligação e formar a comunidade judaica da Covilhã são alguns dos objectivos centrais da visita de uma comitiva composta por altos representantes da organização Shavei Israel, à "cidade neve".
Um grupo de membros da Sinagoga do Porto e de Lisboa acompanharam Eliyahu Birrnbaum, director do Instituto para o Treino de Rabbis e Educadores da Diáspora, organismo sedeado em Israel e que integra o seminário rabínico Joseph Straus e o Instituto de educadores Ethel e Adolph Beren. Esta deslocação surge na altura em que o Centro de Estudos Judaicos da UBI está a avançar com um conjunto de actividades, nomeadamente a leccionação de um curso de hebraico, aberto a toda a população interessada, a organização regular de conferências e jornadas de estudos sobre a história e o pensamento judaicos, e a constituição de uma biblioteca sobre o judaísmo. Eliyahu Birnbaum refere que esta visita é feita “às instituições da Covilhã que estão interessadas em desenvolver connosco projectos sobre o judaísmo. Parece-me muito interessante que queiram desenvolver a história judaica e apresentá-la, novamente, a todo o mundo”. Este responsável pelo instituto acrescenta que “o reviver da história do povo judaico é um dos pontos fundamentais para o futuro”.
António Fidalgo, presidente da Unidade de Artes e Letras da UBI está agora a liderar todo o processo do Centro de Estudos Judaicos e foi quem recebeu a comitiva. Os membros do grupo que se deslocou à Covilhã tiveram a oportunidade de visitar as instalações da UBI, a Biblioteca Central e o gabinete do Centro de Estudos Judaicos, instalado naquele edifício. Uma deslocação que serviu essencialmente para aferir o estado dos projectos que estão a decorrer na Covilhã e que se relacionam com a comunidade judaica. Eliyahu Birnbaum mostrou-se “verdadeiramente surpreendido com todo o trabalho que está projectado por este Centro de Estudos e pelas actividades que têm planeadas”. Segundo o director do Instituto para o Treino de Rabbis e Educadores da Diáspora “o papel do CES é sumamente importante no estudo e na análise dos temas do judaísmo”. Uma visita que passou também pela autarquia da Covilhã onde foi dado a conhecer a estes representantes da Shavei Israel o projecto inicial da criação de uma sinagoga na Covilhã.
O director do Instituto para o Treino de Rabbis e Educadores da Diáspora sublinhou que “todos estes projectos merecem e vão o apoio necessário para a sua concretização”. Até porque, no entender de Eliyahu Birnbaum, a cidade “reúne condições essenciais ao sucesso destes projectos, tem história e tradição e, sobretudo, tem o Centro de Estudos Judaicos”. Birnbaum sublinha que “tudo o que for feito na Covilhã deve passar por este centro”. O principal pólo dinamizador da cultura judaica na “cidade neve” é, para Eliyahu Birnbaum, o Centro de Estudos Judaicos. Para os membros da comunidade judaica “qualquer que seja o projecto, nesta área, que se pretenda desenvolver deve unir-se ao CES, até porque, sem a ligação à universidade corre-se o risco de abrir apenas um centro turístico e este pode surgir num outro lugar. Mas quando há um fundamento académico, de investigação, de estudo, do judaísmo ou do idioma hebraico, creio que se modifica totalmente a perspectiva da cidade e a importância desta no contexto judaico”.
A comitiva visitou também a zona histórica da cidade e os imóveis que a Câmara da Covilhã já adquiriu e que vão dar lugar, “depois de recuperados pelo Gabinete Técnico Local, à Sinagoga da Covilhã”. João Esgalhado, vice-presidente da Câmara da Covilhã e vereador com o pelouro do Urbanismo adiantou que este projecto vai arrancar, de forma mais visível, até final do ano. Segundo os técnicos que acompanharam a visita à futura sinagoga, o projecto final, com todos os estudos realizados, deve estar pronto em Dezembro. A instituição pode ajudar, primeiro primeiro cooperando tanto com a UBI como com a Câmara da Covilhã nos diferentes temas profissionais, e também na realização de contactos com professores e investigadores.
O Instituto para o Treino de Rabbis e Educadores da Diáspora, e os representantes das comunidades judaicas de Lisboa e Porto que também estiveram presentes nesta visita disponibilizaram de imediato todo o apoio para a concretização destes projectos. Um projecto que pode passar por contactos, assessorias várias e orientações para a concretização de estudos e construção de edifícios.
Eliyahu Birnbaum diz que “vai existir na Covilhã um pólo muito forte de atracções para quem queria reviver a história e também criar nesta cidade um pólo dinamizador do turismo. Mas também de professores e investigadores da história judaica da Covilhã, interpretá-la e fazer investigações sobre isso. Há também um conjunto vasto de membros da comunidade que podem voltar a interessar-se pelas suas origens e raízes judaicas”.