Voltar à Página da edicao n. 392 de 2007-08-07
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 

Viva o Ciência Viva

> João Canavilhas

Nesta edição do URBI destaca-se a experiência de três jovens que, no âmbito do programa Ciência Viva, passaram duas semanas das suas férias na Universidade Beira Interior. Fazem-no por sua livre e espontânea vontade, sem outro objectivo que não seja perceberem melhor o que estudam algumas áreas do saber pelas quais se interessam. Trata-se, evidentemente, de uma atitude louvável, demonstrativa da maturidade destes três estudantes. Aquilo que para alguns é uma “seca”, para outros é um prazer, chegando mesmo a dizer que gostam mais “de passar aqui (na UBI) uma semana, do que em casa a ver televisão”.
Infelizmente, estes três estudantes são uma excepção. Verão é sinónimo de férias e a maioria dos estudantes do Secundário dedica-se exclusivamente à praia, à consola e à televisão. E é pena, porque estas duas semanas numa instituição de Ensino Superior podia ajudá-los num momento importante: a escolha do curso superior após o 12º ano. Entre a melhor e a pior opção joga-se toda uma vida.
Por estranho que pareça, uma assustadora percentagem de candidatos ao Ensino Superior chega aos Gabinetes de Ingresso sem ter escolhido previamente o curso onde pretende ingressar. O resultado é uma escolha ao acaso, por influência dos amigos ou de um qualquer técnico de relações públicas destacado para o local com a finalidade de angariar estudantes para a sua escola. As consequências surgem no final do primeiro ano de Ensino Superior, com muitos alunos a pedirem transferências e mudanças de curso. Na melhor das hipóteses, o aluno dá-se conta do erro no final de um ano e muda de curso. Mas nem sempre é assim: por uma razão ou outra, muitas vezes a mudança não é imediata e o aluno perde mais do que ano ou acaba mesmo por desistir, desmotivado por não conseguir aproveitamento. Nestes casos, não é por falta de estudo ou excesso de festa mas, simplesmente, porque é difícil estudar algo de que não se gosta. Desta forma, o país vai perdendo um dos seus melhores recursos: os jovens. O programa Ciência Viva pode ser uma forma de evitar esta perda, mas é necessário divulgar melhor a iniciativa junto dos alunos do Secundário e incentivar as instituições a alargarem a experiência a todas as áreas da sua oferta formativa

> helderprior @ hotmail . com em 2007-08-31 15:25:18
Ciência Viva para evitar a morte da ciência, ou a tentativa de fazer ciência a "ferros". Definitivamente, a UBI está de parabéns pela iniciativa, mas estou crente que com uma melhor organização, em vez de três jovens poderemos ter 30 ou 40 já no próximo ano. Tudo depende da trabalho que se faça junto das escolas. Por outro lado, e com as residências universitárias sem estudantes em Agosto, porque não alargar a divulgação a outras escolas do país? Mesmo que viessem apenas três, como este ano, creio que com o tempo a UBI poderia tormar-se mais conhecida, uma vez que ainda persiste um relativo desconhecimento do que a universidade tem para oferecer. Dinamizar a UBI em Agosto pode consitir numa grande mais valia para a divulgação científica e num regime de voluntariado isso nem acarreta grandes custos. Mas claro que tudo depende da dinâmica de quem manda. Cumprimentos e um abraço ao autor deste artigo, o professor João Canavilhas. Hélder Prior


Data de publicação: 2007-08-07 00:00:00
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