As diferenças de estratégias

Depois de um estudo aprofundado da área, foi possível concluir que existem diferenças entre dois sectores que bastantes vezes são confundidos. A tese de doutoramento agora apresentada na UBI demonstra que o sector têxtil e o sector do vestuário apresentam grandes diferenças.

Maria Madalena Rocha Pereira é a autora de uma tese de doutoramento apresenta na UBI e que estuda essencialmente o sector do têxtil e do vestuário. Uma análise mais aprofundada que serve para “demonstrar às pessoas que existem diferenças entre estes sectores, a nível mundial”. Contudo, esta análise científica estudou “preferencialmente o caso português”. A autora da tese começa por explicar que “existem diferenças sobretudo ao nível da utilização de determinadas práticas de gestão da produção que levam ao aumento do desempenho das empresas, nomeadamente a produtividade que tanto é falada”. Este estudo prova portanto que “a utilização dessas práticas difere em termos de aplicação no têxtil e no vestuário para obter os mesmos resultados”.
Segundo Maria Madalena Pereira, “o objectivo das empresas, hoje em dia, é serem mais competitivas. Só o são se obtiverem melhores níveis de desempenho, e aqui não podemos só falar de produtividade. Há desempenho em mercado, há desempenho em qualidade, há desempenho nas entregas, há desempenho na inovação, e há desempenho, efectivamente na produtividade, portanto, há desempenho em vastas áreas operacionais e também nas financeiras”.
Na perspectiva da autora da tese agora apresentada “estão aqui debatidas as principais áreas operacionais e é assim possível contribuir para que as empresas fiquem mais alerta no sentido de pegarem em determinadas práticas e utilizarem-nas com mais eficácia, no sentido de obterem melhores níveis de desempenho”. No estudo intitulado “Análise de estratégias e práticas de gestão da produção para um melhor desempenho na cadeia têxtil portuguesa”, também foi possível provar que “o facto de haver um sector das empresas têxteis e um sector das empresas do vestuário e serem liderados por grandes empresas, que investem elevados montantes nos recursos humanos, nomeadamente em quadros qualificados, é um indicador para que as pequenas e médias empresas também devem apostar nesses mesmos quadros e que a universidade assim pode contribuir para haja um aumento da produtividade das empresas com a utilização desses quadros pela indústria”.
Maria Madalena Pereira explica que existem outros estudos na área têxtil e do vestuário, no entanto, “dado a área de gestão da produção e a turbulência do sector, que está em constante mutação, podemos dizer que os resultados agora apresentados são actuais e que contribuem sempre com algum aspecto que não foi estudado noutros estudos e que aqui foi abordado em várias vertentes do desempenho operacional”. Isto porque, a autora do estudo alerta para o facto das empresas não poderem ser avaliadas “apenas pelo desempenho financeiro, porque esse é enganoso, e têm de actuar e avaliar as empresas nas áreas produtivas, sob o ponto de qual a vantagem competitiva que pretendem ter para as empresas, se é na qualidade, se é na entrega, se é na produtividade, se é na inovação e com isso criarem formas de combinar recursos e a forma de combinar esses recursos pode ser diferente dos seus concorrentes e sendo assim tornarem-se mais competitivas no mercado”.
Esta tese foi aprovada por um júri constituído por Joaquim Detrell Casellas, professor catedrático da Universidade Politécnica da Catalunha, Alberto Augusto Ferreira Pereira, professor associado do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, Maria Madalena Teixeira Araújo, professora associada da Universidade do Minho, Luís António Nunes Lourenço, professor associado da Universidade da Beira Interior, Maria José de Oliveira Geraldes, professora associada da Universidade da Beira Interior, Rui Alberto Lopes Miguel, professor associado da Universidade da Beira Interior e Susana Maria Palavra Garrido Azevedo, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior.