Câmara tenta suspensão do PDM na zona industrial do Tortosendo

Autarquia quer desbloquear terrenos porque diz existir um grande investimento a ser negociado para aquele parque industrial.

Para “agilizar” o processo com vista à concretização da terceira fase do Parque Industrial do Tortosendo, a Câmara da Covilhã avançou para a suspensão do PDM na zona e a Assembleia Municipal invocou o interesse público municipal.
Segundo Carlos Pinto, presidente da autarquia, há um grande investimento para o concelho a ser negociado, existem interessados em instalar-se no local e é urgente “desbloquear os terrenos”. Um processo iniciado em 2003, que ainda não foi viabilizado.
Na reunião camarária da passada semana, os dois vereadores socialistas abstiveram-se, alegando não terem a informação necessária. Para além disso, dizem não ter conhecimento se os lotes existentes estão todos ocupados.
De acordo com Carlos Pinto, há apenas dois ou três lotes disponíveis, que voltaram para a posse do município por decisão judicial, uma vez que os proprietários não construíram o que tinham acordado. Na mesma situação, mas ainda sem uma decisão do tribunal, estão mais duas parcelas.
Já na Assembleia Municipal Serra dos Reis, do Bloco de Esquerda, foi o principal crítico da operação, por entender que a zona industrial “tem servido para esvaziar as freguesias rurais das actividades económicas”. Na opinião do bloquista era preferível, em vez de concentrar todas as empresas num mesmo local, “criar pequenas zonas de actividades económicas para rentabilizar as freguesias”. E desafia a autarquia a abrir um debate sobre esta matéria.
Vítor Reis Silva, do PCP, embora considere “importante ter espaços para as empresas se instalarem”, partilha da opinião de Serra dos Reis. “A concentração de um conjunto de investimentos que estão a ser feitos está a criar problemas nas freguesias mais afastadas. Deviam-se criar pequenos parques, com bons acessos”. Tal como o BE, os comunistas abstiveram-se, por terem dúvidas sobre o processo.
O presidente da Câmara diz que foi o secretário de Estado da tutela que pediu à autarquia para recorrer à suspensão do PDM, porque desta forma num mês resolve uma situação que de outra forma não conseguiria. O edil realça “o patético da situação” e lamenta que o Plano de Urbanização esteja há tantos anos para ser aprovado.