Representação e dança no Teatro-Cine

“Posso avançar? Pergunta o cavalo”, é a nova peça do Teatr’UBI e da ASTA. Uma produção que fala sobre a tensão e a competição.

A peça, que esteve em cena de 21 a 23 de Fevereiro, no Teatro-Cine da Covilhã, juntou no palco alunos da Universidade da Beira Interior, acompanhados de muito perto pela coreógrafa Cecília Gomez, da Universidade de Artes e Movimento de Buenos Aires, que assim respondeu ao convite deste grupo de teatro da Covilhã. A coreógrafa encontra-se já na “cidade neve” há vários meses e tem sido uma das peças fundamentais na preparação deste novo trabalho.
“Posso avançar? Pergunta o Cavalo” é o mais recente trabalho do Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior (Teatr’UBI) e é feita, mais uma vez, em parceria com a Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA).
Segundo a professora argentina, a peça tomou forma a partir do livro “Homo Ludens” do historiador Johan Huizinga, desdobrando-se em “jogos de cultura, jogos infantis e relações humanas”, que criam a possibilidade de cada personagem poder trocar de papel, o que eventualmente acabará por levar a uma “possível reflexão acerca dos seus comportamentos”. A peça, “criada pelos alunos para os alunos”, é constituída no seu elenco por estudantes da universidade covilhanense, que assim responderam ao desafio de estar todo o tempo em cena, ora representando, ora dançando. Surge também como um espelho da tensão e competição permanente que se instalou no quotidiano. “Os intérpretes jogam diferentes jogos de crianças, de integração, de guerra, de culto. Jogam a ser eles e outros, a representar, a dançar. Jogam no seu caminho e na sua história”, explicam. Em palco, sucedem-se ligações que estão relacionadas com diferentes características “do jogo a jogar, como a seriedade e o compromisso que implica esse jogo”. Tensão e competição “caminham lado a lado em palco, que há-de ser o seu campo de acção e passatempo”. Cecília Gomez assume a coreografia e direcção da peça, Rui Pires, a direcção de produção, Pedro Fonseca, o desenho de luzes, Sérgio Novo, o design gráfico, João Cantador, Rui Pires e Sérgio são também responsáveis pela cenografia e a operação de luz fica a cargo de Philip Beck, enquanto que José Vieira é o responsável pela operação de som. A montagem musical é da autoria de Mané Silva e Maria Ramos assume a função de costureira. A montagem e interpretação ficam a cargo de Graça Faustino, João Cantador, Mafalda Morão, Nicia Silva, Rui Pires e Sérgio Novo, numa peça de 50 minutos de duração.
Esta co-produção do TeatrUBI e da Associação de Teatro e Outras Artes servirá ainda de peça de abertura do XII Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, que decorre até ao próximo dia 14 de Março.