Voltar à Página da edicao n. 425 de 2008-03-18
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
A peça tem suporte num texto de Máximo Gorki

O humanismo ainda existe

A frustração e o humanismo em conflito face à condição de precariedade da vida. A resignação e a luta revolucionária. Os antagonismos são muitos e não encontram resposta para as questões que nasceram com o Homem.

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Foi no passado dia 5 de Março no Teatro Cine da Covilhã, com o XII Ciclo de Teatro Universitário como pano de fundo, a decorrer entre os dias 1 e 14.
Os Jovens do Grupo de Teatro da Universidade de Castilla La Mancha, situado no Campus de Albacete, apresentaram uma peça em que as questões do Homem andam de mão dadas com o sentimento de frustração perante a vida. A adaptação foi feita a partir do texto de Máximo Gorki, escritor e activista político Russo dos finais do século XIX princípios do século XX, em espanhol traduzido como “Los Bajos Fundos”.
A história narra a vida de um grupo de nobres arruinados e de vagabundos miseráveis unidos pela frustração. Uma das personagens, Luka, um humanista passivo, considera que o homem não pode transformar a sua condição de vida. À sua resignação perante a vida, Gorki opõe a luta revolucionária para conhecer a verdade quotidiana para transformá-la e transformar também o Homem, libertando-o.
Este autor, e portanto, esta peça enquadram-se na vertente de obras naturalistas, que consideravam o indivíduo como ser determinado pelo ambiente e pela hereditariedade.
O auditório do Teatro Cine, que contava com poucos lugares preenchidos demonstrou a falta de aderência por parte do público a eventos culturais deste tipo.
No final é sempre aberta uma sessão de discussão entre os actores e encenadores e o público. “Os textos são difíceis e esta foi a primeira vez que muitos dos actores participaram numa peça”, comentou o director, Paco Redondo na sua língua materna, o espanhol. Este comentou também a falta de apoios financeiros e do hábito, por parte dos espectadores, em se dirigirem ao teatro. “Não há a cultura de ir ao teatro”, disse.
O cenário foi improvisado, não tendo os actores nunca interpretado a peça naquele, pela falta de possibilidade de trazer o material do cenário de Espanha.
No final pôde-se considerar a peça como bem conseguida. O facto de ser a primeira vez que este grupo representou na cidade da Covilhã, a primeira peça para muitos deles, e as contrariedades da língua, que por vezes tornam difícil a percepção ao público dos acontecimentos, não foram suficientes para que a peça deixasse de ter resultados positivos.


A peça tem suporte num texto de Máximo Gorki
A peça tem suporte num texto de Máximo Gorki


Data de publicação: 2008-03-18 00:02:00
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