Projecto "contapetes"

Luís Carmelo e Nuno Coelho começaram este projecto em Portugal há cinco anos. A ideia, originária de França, chegou até aos dois actores portugueses através do filho da primeira criadora deste tipo de tapetes.
Desde então que os dois membros da Trimagisto, uma Companhia Cultural de Évora, têm percorrido Portugal continental, Açores e Espanha para divulgar o projecto dos "contapetes". Seja através de ateliers de sensibilização ou através de sessões de leitura para crianças, em bibliotecas ou escolas, a adesão tem sido bastante boa. "As pessoas aderem muito ao projecto. Os adultos e as crianças ficam maravilhados e tem sempre um efeito para lá do que supúnhamos no início", revelou Luís Carmelo.
Numa realidade onde as crianças mostram pouco interesse pela leitura, os "contapetes" permitem contar histórias através de brincadeiras, onde podem ser as próprias crianças a contar ou a criar novas histórias. "Com este processo, as crianças são levadas a procurar o livro de forma espontânea, sem nenhum tipo de constrangimento. Não é o adulto que impõe o livro à criança", explicou Luís Carmelo.
A duração do processo de fabrico de um tapete está muito relacionada com a história e as dimensões do próprio tapete. São precisas muitas horas para ponderar a melhor maneira de fazer a adaptação do livro. É preciso muito tempo em frente à máquina de costura e muita paciência para encher os bonecos e os tapetes. Luís Carmelo revelou que, com a prática, o processo se torna mais rápido: "no início demorava três a quatro meses para construir um tapete, agora demoro uma ou duas semanas."
Os "contapetes" são fabricados apenas pelos seus dois criadores e são vendidos a bibliotecas ou instituições, "onde haja um processo continuado de mediação de leitura", adiantou Luís Carmelo. A venda para particulares, segundo o criador, não teria sentido porque iriam ser considerados simples brinquedos e depressa as crianças de esqueceriam deles.
Para os criadores dos "contapetes", este é um projecto que não tem fim, uma vez que há sempre novas histórias, novos livros que podem ser transformados em tapetes.

«Voltar»