Voltar à Página da edicao n. 484 de 2009-04-28
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O docente da UBI falou sobre as novas regras da língua

“Troca de palavras” com Malaca Casteleiro

O novo acordo ortográfico foi o tema central de mais um “troca de palavras”. João Malaca Casteleiro, que assume uma acção directa no acordo ortográfico português, foi o convidado desta edição.

> Maria Matos

A(c)tor, ace(p)ção, o(p)timismo, arquite(c)to, Egi(p)to, a(c)tual, são apenas algumas palavras em que consoantes não ditas verbalmente deixam de entrar na escrita dos portugueses.
Esta e muitas outras regras do novo acordo ortográfico, prestes a entrar em vigor, foram enumeradas pelo professor e membro da Academia de Ciências de Lisboa na passada quinta-feira, na edição do mês de Abril de mais um “Troca de Palavras” promovido pela Biblioteca Municipal da Covilhã.
Cabe ao governo decidir quando o Acordo Ortográfico entra em vigor, complementa o professor depois da sua exposição, e isto, “nomeadamente nos diferentes graus de ensino, nos jornais e órgãos do governo, nos manuais escolares”, confessou o linguista João Malaca Casteleiro, por ser uma “decisão política”.
“Estamos atrasados” enquanto que o Brasil já “marcou pontos” por se antecipar na entrada em vigor do novo acordo e “sem problemas”, afirma.
Considera este acordo como a “unificação possível” e admite que o mesmo é uma mais “valia na aprendizagem das crianças” o que não acontecerá com os mais adultos e que será pelo “grave erro” cometido em 1911 por Portugal promover uma reforma ortográfica não extensiva ao Brasil.
Depois de uma desenvolvida exposição sobre a mudança da grafia portuguesa Malaca Casteleiro destacou os benefícios de o português “apresentar do ponto de vista internacional a mesma roupagem, a mesma maneira de escrever, porque o que está em questão é a grafia das palavras”. “É uma questão que se arrasta há 100 anos” e que precisava de ter uma solução e “este Acordo Ortográfico é a solução”.
Abordado ainda quanto à posição tomada por José Saramago relativamente ao novo acordo, Malaca Casteleiro comenta que “é teimosia” da parte do escritor porque – conclui ainda – “não compreende bem a função do Acordo Ortográfico e coloca-se no pedestal da sua importância inegável do ponto de vista literário e como prémio Nobel para atacar uma questão em relação à qual eu não creio que tenha razão”.
João Malaca Casteleiro apresenta vários subsídios já existentes de forma a ajudar na introdução do novo acordo na escrita dos portugueses, destacando o seu manual “Atual - O Novo Acordo Ortográfico” onde os interessados encontrarão uma súmula das modificações e alterações trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico.


O docente da UBI falou sobre as novas regras da língua
O docente da UBI falou sobre as novas regras da língua


Data de publicação: 2009-04-28 00:01:10
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