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O anfiteatro da Biblioteca Central

Medir distâncias entre Esquerda e Direita

São conceitos ligados ao vocabulário político que estão cada vez mais presentes na linguagem quotidiana. Contudo, a sua utilização nem sempre é a mais correcta. Mas, para além disso, a sua definição actual também passa por fortes mudanças.

> Eduardo Alves

Foi para falar na fronteira ideológica e nas características matriciais de “direita” e de “esquerda” que André Freire, docente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) veio à UBI.
O investigador foi o orador convidado de um evento promovido pelo Núcleo de Alunos de Ciência Política e Relações Internacionais e que encheu o Anfiteatro da Biblioteca Central da UBI. Um evento que, segundo o responsável pelo núcleo, “serve também de complemento à nossa formação académica”.
No que respeita à iniciativa, André Freire começou por explicar a origem destas duas áreas políticas. Para o investigador social e autor de várias políticas, “a diferença entre Esquerda e Direita teve o seu início na Revolução Francesa”. Desde essa altura que “a Direita ficou mais associada ao voluntarismo político, enquanto que a esquerda está baseada em questões de maior solidariedade social”, adianta Freire.
O docente do ISCTE que veio à Covilhã para falar sobre “Esquerda e Direita na política Europeia” diz, contudo, que no nosso País “existe alguma flexibilidade e ambiguidade entre as definições mais clássicas e rígidas de Direita e Esquerda”, facto que permite e explica “as adaptações dos seus fundamentos às pessoas, às massas”.
André Freire mostrou alguns dos seus estudos mais recentes nesta área para explicar que “o posicionamento dos eleitores tem três componentes fundamentais: a componente social, a componente valorativa e a componente partidária”. Esta teoria é defendida também pelos principiais autores da área. Aos estudos já existentes, Freire foi acrescentando, sobretudo, o caso português. País onde “existe uma fraca fidelização das pessoas aos ideias políticos, isto é, às forças partidárias mais identificadas com a Direita ou com Esquerda”. Um facto que, em sua opinião, se pode também dever “à juventude da nossa democracia”. Na óptica de Freire, os eleitores “ainda estão a aprender as principais diferenças entre a Esquerda e a Direita”.


O anfiteatro da Biblioteca Central
O anfiteatro da Biblioteca Central "encheu" para ouvir André Freire


Data de publicação: 2009-05-19 00:05:00
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