Voltar à Página da edicao n. 509 de 2009-10-20
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 509 de 2009-10-20   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  

Recepção ao Caloiro faz 25 anos

> João Canavilhas

O e-mail chegou pouco depois da 17h: “A história das instituições é feita da sua memória, seja ela colectiva, seja ela individual. Foi com muita pena minha, que hoje, como normalmente faço todas as terças-feiras, ao abrir o URBI, verifiquei que mais uma Recepção ao Caloiro, está aí à porta. (…) A minha pena e até algum saudosismo foi constatar que não existe uma única referência aos 25 anos que se comemoram este ano sobre a sua primeira edição (1984). O problema é que quem  neste momento está a organizar, ainda não era nascido na altura.”

Tem razão este antigo aluno da UBI, meu amigo e colega de curso, que muito oportunamente recorda a efeméride. Recupero, por isso, partes de um editorial, publicado em 2007, onde recordava a já longa história da maior Recepção ao Caloiro de Portugal.

Tudo começou no dia 12 de Janeiro de 1984, com a primeira Latada, mas o programa incluiu ainda actividades desportivas. No ano seguinte, 1985, organizou-se pela primeira vez uma Recepção concentrada numa só semana. O lema escolhido foi “Vamos Fazer a Tradição” e, para os 496 alunos da UBI. foi preparada uma semana com um orçamento de 500 contos (€2500). O programa incluiu jogos entre caloiros e veteranos, uma Garraiada, um Baile de Gala e a Latada.

Sendo notório que uma pequena universidade não podia competir com as Queimas das Fitas das grandes universidades, a Associação Académica decidiu apostar na recepção aos novos alunos para marcar o calendário de festas nas academias. Sob o lema, “O Nascer da Tradição, em 1988 estabeleceu-se o modelo que ganhou fama e transformou a festa da UBI na maior Recepção de Portugal. Começando com a Serenata, (domingo), o programa incluía Dança Teatro e Jazz (2ª e 3ª feira), Latada e Tunas (4ª feira) Concertos (5ª e 6ª feira), Garraiada e Baile de Gala (sábado), Enterro do Caloiro (domingo).

Na década de 90, já com o modelo estabilizado, passaram pela UBI bandas como GNR, Mão Morta, Pedro Abrunhosa, Ban, Rádio Macau, Pop dell Arte, Madredeus, Enapá 2000, Despe e Siga, Silence 4, Aerolineas Federales ou Anne Clark, só para citar alguns. A música clássica foi representada pela Nova Filarmonia Portuguesa ou pelos Miso Ensemble, e o teatro por grupos como A Barraca ou o Grupo de Fernando Gomes, com a célebre peça “Ó Maria não me mates que eu sou a tua mãe”. Havia ainda lugar para actividades menos culturais, como o Arraial ou o Rali das Tascas.

Os tempos são outros e os interesses dos estudantes também. A Garraiada e o Baile de Gala já não fazem parte do programa de festas. O baile, por exemplo, era um dos momentos altos do programa. A academia vestia-se a rigor e as sonoridades Pop eram substituídas pela música dos anos 20, 30, 40 e 50, exemplarmente interpretadas pela Orquestra Melodia e, mais tarde, pela conhecida Orquestra da Felicidade, do Brilho e da Glória. Em 1985, o Baile de Gala decorreu na boite A Fonte, um espaço entretanto demolido que ficava situado frente ao Centro Comercial da Estação. Em 1987, o baile mudou-se para o Sanatório dos Ferroviários e dentro do recinto chovia a potes. No ano seguinte, o baile voltou à cidade e realizou-se na antiga Fábrica Alexandrino Nogueira, local onde hoje está a Telepizza. Em 1990 nova mudança para um barracão do Parque Industrial do Canhoso, em 1991 realizou-se na antiga fábrica Ernesto Cruz, actual Plateau junto ao Cibercentro, e em 1992 nos salões do Teatro-Cine. Nos últimos anos, o baile realizou-se num hotel da cidade na tentativa de se encontrar um local definitivo, mas a fraca adesão ditou o fim de um dos momentos mais aguardados da Recepção.

Outra marca forte perdida ao longo dos anos foi a deslocalização das actividades da Recepção a toda a região. A garraiada realizou-se várias vezes em Idanha-a-Nova, com almoço e transporte assegurados pela autarquia local, e o Fundão recebeu alguns concertos, também eles apoiados pela Câmara fundanense.

Porque a "a história das instituições é feita da sua memória", termino com um apelo à Associação Académica: acrescentem ao programa uma actividade comemorativa dos 25 anos de Recepção na UBI.

Cartazes: 1985/96, 1888/89, 1989/90, 1992/92, 1994/95.


Data de publicação: 2009-10-20 00:00:01
Voltar à Página principal

Multimédia

2009 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior