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      Edição: 516 de 2009-12-08   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  
Mercearia do centro histórico da cidade da Covilhã

Comércio tradicional abalado pelas grandes superfícies

A expansão dos hipermercados tem levado ao encerramento de várias lojas do pequeno comércio

> Cristina Souto

As ofertas dos centros comerciais levam a que o comércio tradicional seja cada vez menos procurado. Os comerciantes covilhanenses estão preocupados com o número cada vez menor de clientes, temendo fechar as suas lojas.
Há cerca de cinco anos, o centro comercial Sporting era muito procurado pela população. Os lojistas mantinham as suas lojas abertas para além do horário de funcionamento. ”Quase não havia tempo para almoçar”, refere a funcionária da Loja das Peles do centro comercial.  “Com a abertura do centro comercial Serra Shopping, este espaço tornou-se tradicional e poucas são as pessoas que vêm fazer compras ao Sporting”, refere. A lojista afirma já ter visto muitas lojas fechar. O aparecimento deste centro comercial fez aumentar a oferta, para além disso, as condições de uma grande superfície são mais atractivas do que as do pequeno comércio.
Mas nem só da crise se queixam os lojistas do centro histórico. Existem outros problemas que os afectam, e que gostariam de ver resolvidos, para assim atenuar os efeitos da falta de procura como a abertura da grande superfície comercial, o Serra Shopping, que afastou a população do comércio tradicional. O estacionamento é um exemplo destes problemas: o facto de ser pago afasta as pessoas do centro da cidade. Deste modo, o cenário mais comum é ver os clientes espreitar apenas as montras, os comerciantes à porta e as lojas praticamente vazias.
Nem mesmo as compras de Natal parecem animar os comerciantes. Até agora, são poucas as pessoas a comprar presentes e as expectativas de que esta situação melhore são escassas. Maria Eugénia, reformada confessa ainda não ter feito as suas compras de Natal e diz que habitualmente as faz no centro comercial Serra Shopping. Muitos lojistas mantêm aberto o seu negócio graças aos clientes “habituais” que fazem as suas compras na loja “desde sempre”. Como afirmou o comerciante da Sapataria Gabinete, “os lucros não desapareceram totalmente, as pessoas é que deixaram de vir fazer as suas compras no centro da cidade”. Já o proprietário de uma das mercearias da Covilhã mantêm a sua loja aberta, apesar das dificuldades diz viver apenas “das pessoas que passam e das que vêm das aldeias”. Admite que o centro histórico já morreu há algum tempo, pois “as pessoas quando vão para a serra, abastecem-se nas grandes superfícies e aqui passam apenas para ver as montras”. O comerciante mantém a sua loja aberta por “carolice”, para não ficar em casa sem fazer nada, confessa.


Mercearia do centro histórico da cidade da Covilhã
Mercearia do centro histórico da cidade da Covilhã


Data de publicação: 2009-12-08 00:07:01
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