ARMAMAR: As últimas 12 badaladas de 2009
O último dia do ano é marcado pela euforia de pequenos e graúdos. Nas casas dos habitantes da vila, tudo esteve a postos para saudar o novo ano.
> Nilce TeixeiraOs doces foram preparados, as mesas enfeitadas e os últimos pormenores tratados. As tradicionais filhós foram feitas, os sonhos fritos, o bolo-rei e o pão-de-ló não faltaram e não foram esquecidas as rabanadas. Todo o ritual do Natal voltou a ser feito no último dia do ano.
“Tem de estar tudo pronto antes das oito horas, depois é só sentar e comer”, diz Maria Isabel. O tradicional bacalhau foi servido à hora do jantar, acompanhado pelas batatas, as couves, o alho, tudo regado a azeite. Mas não é apenas este o prato na mesa dos armamarenses: “neste dia serve-se o cabrito assado e o polvo”, refere Laura Lapa. Após a refeição, as conversas entre familiares e amigos desenrolaram-se em torno da lareira.
O que não foi realmente esquecido nesse dia foram as tradições e as muitas superstições. Com tudo a postos e pronto para receber o novo ano, iniciou-se a contagem decrescente, 6, 5, 4, 3, 2, 1, Feliz Ano Novo. As doze passas, uma por cada mês do ano, foram comidas, a nota esteve numa das mãos e houve até quem subisse a uma cadeira com uma taça de champanhe. Todos brindaram ao início de um novo ano.
Os habitantes saíram para a rua, gritaram de alegria, ouviram-se os foguetes e bateram-se as panelas: “temos de espantar os espíritos do ano velho, por isso quanto mais barulho melhor”, conta Francisco Conceição. A população reuniu-se junto ao toco que ali ficou desde a noite de Natal. Familiares, amigos e vizinhos conversaram, comeram e beberam, em torno da grande fogueira. “A tradição perde-se. Antigamente toda a população se juntava no toco, bebia-se um bom vinho e para nos mantermos acordados bebíamos café, hoje já não é assim, muitos jovens preferem ir para as discotecas”, explica Manuel Fonseca.
Em Armamar, a noite foi de todos: uns pularam, outros cantaram e muitos foram os que dançaram para saudar o ano novo. O frio não impediu que a tradição se cumprisse. Homens e mulheres, pessoas de todas as idades, juntaram-se e fizeram a festa que se prolongou até ao amanhecer.
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