Voltar à Página da edicao n. 524 de 2010-02-02
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 524 de 2010-02-02   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  

Que se siga mais uma década

> João Alves

Já lá vão dez aninhos, que passaram muito rapidamente. De facto, desde do nascimento do Urbi até agora, o tempo passou muito depressa e este jornal digital passou a fazer parte do quotidiano de muita gente. Meu, inclusive.
O Urbi surgiu como uma boa oportunidade para alguns alunos de Comunicação poderem testar um pouco mais a sério os seus textos noticiosos, uma oportunidade de ouro que alguns, como eu, tendo estudado na UBI, não tiveram. Daí que neste aniversário do Urbi o meu apelo vá para quem está a tirar o curso de Ciências da Comunicação: aproveitem o que lhes é dado de mão beijada para melhorarem as vossas capacidades e chegarem ao mundo do trabalho (cada vez mais competitivo) melhor preparados. É que, na minha opinião, nem toda a gente está a aproveitar as capacidades que o Urbi oferece a quem quer entrar no mundo da informação. Poderá ser uma espécie de estágio que hoje é cada vez mais difícil de conseguir nas empresas noticiosas.
O Urbi, nestes dez anos, foi crescendo. Ganhou força com a sua edição papel, que era publicada com o NC, e o site também se foi actualizando proporcionando cada vez mais ferramentas de trabalho e comunicação, como a infografia, tão importante no jornalismo actual. Mas perdeu, a meu ver, um pouco o contacto com o mundo exterior. Diz no número dois do seu estatuto editorial que é “um jornal de informação geral atento à Universidade, à Covilhã, à região e ao mundo.” Na minha singela opinião está cada vez mais centrado na UBI e com isso perde algum peso no papel que poderia desempenhar junto da sociedade.
De todo o modo, é um bom veículo de informação da Universidade. E nessa perspectiva, deve continuar a apostar, como o fazia, na sua edição papel. Pode-se dizer que o digital é o futuro. Mas na minha opinião, o papel, por muitos anos que passem, continuará a ter o seu espaço, quer em termos nacionais quer regionais. É que, ao contrário do que muitos intelectuais da nossa praça pensam, a Internet ainda é uma coisa muito rara para grande parte da nossa população, em especial no mundo rural, cada vez mais desertificado e envelhecido. O que é provado por dados do Instituto Nacional de Estatística, relativos ao primeiro trimestre do ano passado, segundo os quais, nesse período, 56 por cento dos agregados domésticos tinham acesso a computador em casa, 47,9 por cento dispunham de ligação à Internet e 46,2 dispunham de acesso por banda larga. Com estes números a baixarem todos bastante quando analisada a Região Centro. Por isso, para muita dessa gente, notícia, sinónimo de verdade, é aquilo que dá na televisão, na rádio ou o que está publicado no jornal que se leu no café da aldeia. Uma realidade que ainda perdurará por algum tempo.
Nesta década de Urbi, o meu desejo para que se assuma como uma escola de jornalismo, em que os redactores (alunos) trabalhem com empenho, bem orientados pelos seus chefes de redacção (docentes), de modo a que sejam cada vez mais capazes, mais autónomos, melhores naquilo que, no futuro, poderá ser o seu ganha-pão.

* Editor e jornalista do Notícias da Covilhã


Data de publicação: 2010-02-02 00:00:01
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