As contas de gerência da autarquia e empresas municipais foram debatidas na última assembleia municipal. O órgão máximo de gestão autárquica aprovou, por maioria, as contas apresentadas pelo executivo.
Na reunião da última sexta-feira, apesar dos documentos terem sido aprovados pelos votos da maioria foram várias as críticas apresentadas pelos partidos da oposição. Do lado socialista, Nelson Silva, começou por analisar as contas autárquicas apresentadas nos últimos dez anos. Para o membro do PS, a dívida da autarquia tem vindo a crescer, tal como os encargos que acabam por ser colocados nos munícipes. Isto, segundo Nelson Silva, “é a prova de que o atual modelo de gestão está esgotado”. Daí a necessidade de mudar de estratégia e entrar outras formas de regular as contas municipais. No entender o Partido Socialista, são necessárias “novas estratégias de gestão”. Todavia, este partido acabou por se abster aquando da votação dos documentos.
Já no caso do Partido Comunista português, o sentido de voto foi mesmo no chumbo do orçamento. A bancada comunista não partilha da visão do executivo e votou contra. Segundo Vítor Reis Silva, deputado municipal do PCP, existe uma diferença crescente entre o que é proposto para ser realizado e o que de facto acaba por ser concretizado. Daí que a margem de erro das contas autárquicas sejam muito elevada e “quando se erra em mais de 50 por cento nos números é sinal de que se estão também a criar falsas espectativas nas pessoas”. Outro dos pontos assinalados por Reis Silva foi o da subida de impostos municipais. No entender do deputado municipal, este é mais sinal de que “a autarquia acaba sempre por sobrecarregar mais as famílias e os cidadãos”.
Já do lado da maioria, o autarca social-democrata defende-se dizendo que as obras e a atividade municipal têm continuado naturalmente. Para o chefe do executivo, estes partidos “anunciavam o caos durante a campanha, dizendo que quem viesse para a câmara não fazia nada”, mas no entender do autarca “as coisas continuam a funcionar e as obras a decorrer”.