Foi mais um de referência para a história da instituição de ensino superior da região centro. Nas cerimónias oficiais do 26º aniversário da academia, as linhas de ação para o futuro ganhar relevância na intervenção do responsável máximo pela estrutura. A data foi ainda aproveitada para atribuir o doutoramento Honoris Causa ao antigo presidente da República Portuguesa, general António Ramalho Eanes.
Na sua intervenção, João Queiroz começou por lembrar as principais ações desenvolvidas ao longo dos três anos passados. Desde a aposta na qualidade de ensino, à captação de financiamento e parceiros, passando por uma maior abertura da instituição à comunidade exterior e por um maior peso da sua atuação. Indicações que se justificam com os resultados positivos alcançados, apesar do panorama nacional e internacional não se apresentar favorável a um crescimento geral da sociedade. Dessa forma, o reitor lembra que “apesar dos constrangimentos económicos resultantes do quadro financeiro menos favorável, a nível nacional e internacional, a UBI tem resolvido todos os seus compromissos, revelando, em termos globais, uma razoável solidez económico-financeira, que os relatórios e contas dos últimos três anos atestam”. Uma certeza que ganha mais solidez com a aprovação, por unanimidade, em reunião de Conselho Geral, do Relatório e Contas da UBI de 2011, também no passado dia 30 de abril.
“Para a solidez contribuíram diversas ações de governação empreendidas sob a égide da disciplina e contenção orçamental, dando expressão à introdução de práticas inovadoras de gestão, à racionalização de recursos públicos e à transparência das atividades desenvolvidas”, diz João Queiroz. Mas mesmo neste cenário interno, o reitor não deixou de referir que “apesar dos sinais de diálogo e abertura demonstrados pelo governo, relativamente à aplicação às instituições do ensino superior da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, persistem dúvidas quanto aos seus efeitos que, somados às fortes restrições orçamentais, esperamos não venham a pôr em causa a estabilidade orçamental da UBI”.
Explicada a situação económico-financeira da instituição, Queiroz apresentou as principais linhas de futuro pensadas para a academia. Nesse sentido, a conclusão, a breve prazo, do UBIMedical e a já conseguida aprovação, por unanimidade, do “Plano 2020”, são bases fundamentais dos próximos passos da instituição. Sobre o UBIMedical, o reitor diz “tratar-se de uma infraestrutura vocacionada para uma área fundamental para o desenvolvimento humano e geradora de valor acrescentado significativo, como é a qualidade de vida associada à saúde, em linha com as melhores práticas europeias e com resultados concretos na ligação às comunidades científicas e empresariais”. Nessa linha de atuação, o UBIMedical “consubstancia a criação de um espaço de excelência no sector, envolvendo as vertentes de investigação e transferência de conhecimento, com ligação privilegiada às instituições da região, e de incubação de empresas nascentes de projetos recolhidos nas várias instituições de ensino superior participantes na parceria, potenciando a captação de investimento nacional e internacional e a atração e fixação de recursos humanos qualificados”.
Segue-se a implementação do documento pensado e elaborado com todos os membros da academia. O Plano de Desenvolvimento Estratégico 2020 para a UBI, recentemente aprovado por unanimidade pelo conselho geral “constitui um guia efetivo de referência para as iniciativas e ações a empreender num horizonte temporal mais dilatado, contribuindo para uma maior estabilidade governativa”. No conjunto de iniciativas que dão corpo a esta proposta de atuação, as grandes prioridades passam por “uma universidade que oferece serviços globais e coerentes de ciência e educação, uma universidade que ganha prestígio internacional, uma universidade que assume um forte protagonismo na sociedade e uma universidade que ganhe eficiência e aposte na qualidade”.
Outra das vozes a intervir na cerimónia oficial do 26º aniversário foi a de Pedro Bernardo. Para o presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior, a data assinala não só uma mudança no ensino em Portugal, mas também “uma mudança na Covilhã, na região, no País”. O trabalho desenvolvido pelos representantes dos alunos tem, segundo o presidente da associação, contado com o apoio da equipa reitoral. O mote principal da intervenção do aluno de Engenharia Civil foi, todavia, a ação social e o apoio aos estudantes. Num período de forte contenção orçamental e de diminuição de ajudas, Bernardo lembra que tem de existir uma ajuda conjunta de todos os envolvidos, até porque, “as universidades não devem só servir para uma formação científica, mas também uma aprendizagem cívica, humana e social”.
No sentido de minimizar as carências sociais que hoje se registam no seio da academia, o presidente da AAUBI lembrou as mais recentes apostas da associação, como é o caso do gabinete de apoio ao estudante e de outras estruturas similares que funcionam na “Casa Azul”.
A cerimónia contou ainda com a assinatura de diversos protocolos de colaboração que a academia promove com entidades exteriores, nomeadamente centros hospitalares e empresas de apoio à formação de recursos humanos.