Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
FARO-SANTA MARIA DA FEIRA: Serviços de urgência do Norte ao Sul
Marcelo Almeida · quinta, 27 de dezembro de 2012 · Continuado Apesar dos motivos festivos desta altura do ano, existem atividades que nunca podem ser interrompidas. Caso dos profissionais de saúde, já que a doença não escolhe épocas e principalmente nesta altura do ano costumam surgir algumas complicações graves. |
Urgências do Hospital S. Sebastião em Santa Maria da Feira não descansam mesmo em dia de Natal |
21980 visitas A quadra natalícia vivida nos hospitais de Faro e de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, foi igual a tantos outros dias. As enfermeiras destes estabelecimentos, Catarina Almeida e Antonieta Pereira, respetivamente, estiveram ao serviço na noite de Natal e dizem que a sua missão é mais do que profissional, é pessoal. Bombeiros, motoristas, polícias e jornalistas são algumas das profissões que durante a tradicional ceia de Natal não cessam as suas atividades. Por opção, necessidade ou paixão à profissão, também os profissionais de saúde abdicam de permanecer junto da sua família para assegurarem um serviço que nunca para. Tal como durante todo o ano, no dia 24 de Dezembro, os profissionais de saúde visitam os quartos com sorrisos estampados nos rostos, assegurando o bem-estar dos doentes mas também combatendo a solidão dos que estão internados. A enfermeira Catarina Almeida, de 24 anos, trabalha na ala da cirurgia do Hospital de Faro há cerca de dois anos e meio. Fez o turno das 15h até às 24h do dia 25 de Dezembro e afirma que “apesar de estar longe da família, é um dos momentos mais bem passados no hospital, onde a azáfama corrente é vivida com outro sabor, o sabor natalício, onde os arrufos são esquecidos dando lugar à interajuda entre todo o pessoal auxiliar”. É nestes dias que a solidão é mais sentida. Catarina Almeida considera que “é realmente um flagelo social em expansão, onde há cada vez mais pessoas que deixam os idosos sozinhos no dia da tradicional ceia de Natal”. Por isso mesmo, a enfermeira diz que “por vezes até é melhor passar o Natal no hospital”, pois partilha e dá tudo o que tem profissionalmente para oferecer. A comemoração da tradicional ceia de Natal do pessoal auxiliar do hospital aconteceu às 20h do dia 24, e cada um levou uma iguaria tipicamente natalícia: filhós, empanadilhas e Don Rodrigos marcaram presença numa noite diferente mas onde o espírito permanece o mesmo. A enfermeira Antonieta Pereira, de 32 anos, trabalha na maternidade do Hospital de S. Sebastião em Santa Maria da Feira há cerca de nove anos, revela que durante estes dias festivos “apesar do ambiente vivido ser mais alegre e divertido", todos têm momentos em que se sentem melancólicos: "é como se estivéssemos lá e ao mesmo tempo o nosso pensamento viajasse até casa”, diz Antonieta Pereira. A enfermeira, de serviço na noite de Natal há cerca de sete anos, chega mesmo a afirmar que no seu caso pessoal "é bastante difícil gerir este processo”, implicando mesmo uma gestão articulada com os seus familiares. Também para as grávidas e para as jovens mães internadas esta é uma altura particularmente difícil: “esta por si só é uma época especial e juntando ao facto de se terem tornado mães há muito pouco tempo, as mães que não puderam passar o Natal em casa ficam muito sensíveis, motivo que as torna nostálgicas com muita frequência”. Apesar da distância que separa o Hospital de Faro e o Hospital de S. Sebastião , o ambiente vivido nos corredores dos mesmos na madrugada de 24 para 25 de Dezembro é em geral de alegria onde o efeito contagiante da magia natalícia faz esquecer o sabor amargo da doença. |
Palavras-chave/Tags:
|